A senadora Rose de Freitas (MDB), que se licenciou do mandato para se dedicar à busca pela reeleição, pretende trazer outra pré-candidata ao Espírito Santo, a também senadora Simone Tebet (MDB-MS). Tebet é postulante à Presidência da República.
"Estou trazendo a Simone para o estado. Semana que vem vamos ter a visita dela, do (deputado federal emedebista por São Paulo) Baleia Rossi e outros. É uma visita de pré-campanha", afirmou Rose à coluna.
Simone Tebet patina nas pesquisas de intenção de voto. No último Datafolha, com entrevistas feitas em 22 e 23 de junho, ela foi mencionada por 1% dos eleitores.
A pré-candidata ao Palácio do Planalto acaba sendo alvo de integrantes do próprio MDB, o que sinaliza que ela pode não aparecer nas urnas, afinal.
Rose rebate, diz que Tebet não é simplesmente vítima de fogo amigo e que outras questões têm que ser levadas em consideração, como o fato de emedebistas do Nordeste serem historicamente mais próximos do ex-presidente Lula (PT), que lidera a corrida.
"Você vê o (senador) Renan tomando uma posição diferenciada, agora mais amena. É porque ele foi ministro do Lula, lá no estado dele (Alagoas) teve muita política apoiada por ele. O Nordeste tem também o Ciro (Gomes)...", pontuou à coluna.
"Simone é uma mulher que tem uma vida política bacana, experiência e está à disposição. Vamos ouvi-la", complementou a senadora.
"Nenhum candidato está analisando porque o Brasil chegou onde chegou. As paixões políticas ... Por que a luz está tão cara? Todos os candidatos têm que dizer onde erraram e o que pretendem consertar", avaliou Rose de Freitas.
PEC KAMIKAZE
Rose, como os demais 70 senadores presentes à sessão, votou a favor da chamada PEC Kamikaze, entre outros apelidos, que institui um estado de emergência no país, permitindo que o presidente Jair Bolsonaro (PL) conceda benesses outrora proibidas em período eleitoral. Somente José Serra (PSDB-SP) foi contra.
"Não pode deixar a população em desalento como ela está", justificou Rose.
Os benefícios a serem concedidos pelo governo, no entanto, terminam em 31 de dezembro, pouco depois das eleições. Além de Bolsonaro, um terço do Senado também está ansioso por votos.
"Só estamos correndo atrás para evitar que essa tragédia se perpetue. É uma política emergencial. Onde estão os pilares da política permanente? Onde estão os investimentos para gerar mais emprego? Votei 'sim', mas sempre questionando", emendou.
A senadora faz críticas ao governo Bolsonaro, principalmente em relação aos cortes feitos na área da Educação. "R$ 619 milhões cortados da Educação? Não é possível. Cortar da Educação. que é a base para fazer o Brasil se desenvolver?", questionou Rose, mais uma vez.
CPI DO MEC
A parlamentar, no entanto, não endossou a CPI do MEC, que tem o objetivo de investigar denúncias de corrupção justamente na área da Educação. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chegou a dizer que Rose havia assinado o requerimento de criação da comissão, mas ela negou veementemente que tenha endossado a criação do colegiado.
"Não teve assinatura. Eu assinei a CPI da Covid e não retirei a assinatura. Ele (Randolfe) publicou uma lista falsa de quem tinha assinado. Não assinei, nem procurada eu tinha sido. A Mesa mostrou que não teve a minha assinatura, não se pode mentir", reforçou.
Por fim, Randolfe conseguiu obter assinaturas em número suficiente para criar a CPI, mesmo sem o apoio de Rose.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no entanto, diz que um acordo entre líderes partidários vai garantir que a comissão somente comece a trabalhar após as eleições, poupando Bolsonaro de um novo desgaste.
Aí Rose diz ser contra. "Meu voto na consulta que ele (Pacheco) fez foi a favor de instalar tudo agora (todas as CPIs). Não tem necessidade de parar o Congresso", afirmou.
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