O agora ex-secretário estadual de Agricultura do Espírito Santo Mário Louzada, exonerado após ser acusado de assédio sexual, também foi protagonista, no ano passado, de um episódio de machismo contra a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Quando era presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Louzada enviou um comentário em um grupo de WhatsApp em que sugeria que Michelle traía o marido, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), quando este estava viajando.
"Tô aqui imaginando os rocks que a Michelly (sic) deve fazer quando o maridão viaja. Cara, é leite condensado, vinho, azeitona, pepino! Pense!!!", escreveu o então presidente do Idaf, em janeiro de 2021.
Ele ironizava compras feitas pelo governo federal. Somente com leite condensado foram gastos R$ 15 milhões em 2020.
O comentário de Louzada pegou mal. Depois, ele publicou um vídeo pedindo desculpas à primeira-dama e "a todos que se sentiram ofendidos". Classificou o próprio comentário no grupo de WhatsApp como "despretensioso e infeliz".
FILIADO AO PSB
O ex-secretário é filiado ao PSB do governador Renato Casagrande. Ele assumiu a pasta da Agricultura no início de abril de 2022, quando o então titular, Paulo Foletto (PSB), deixou o cargo e voltou ao mandato na Câmara dos Deputados.
Louzada até havia cogitado ser candidato a deputado também, mas diante da oportunidade de integrar o primeiro escalão do governo, assumiu o posto.
O presidente estadual do PSB, Alberto Gavini, confirmou à coluna que o ex-secretário segue filiado ao partido. Gavini disse ainda que a Executiva estadual da sigla vai discutir a situação dele.
"Vamos esperar e avaliar em uma reunião da Executiva o que fazer", pontuou o presidente.
TERRENO PANTANOSO
A Secretaria de Agricultura não tem sido fonte de boas notícias para o governo estadual ultimamente.
Em março deste ano, o então subsecretário da pasta, Rodrigo Vaccari, foi exonerado após ser um dos alvos da Operação Volátil II, que apurou supostas irregularidades na compra de álcool gel em meio à pandemia de Covid-19.
Vaccari também é filiado ao PSB e seria candidato a deputado estadual. Mas, depois da operação, a candidatura dele não foi lançada.
ASSÉDIO
Em relação a Mário Louzada, o próprio governo, em nota divulgada à imprensa, confirmou que a exoneração dele "foi motivada por uma denúncia de assédio sexual apresentada por uma servidora da pasta".
"Assim que soube do caso, o governador Renato Casagrande exonerou o secretário", diz, ainda, o texto.
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