O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido) é uma espécie de plano C do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que já afirmou que, se o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), não disputasse o Palácio do Planalto, chamaria o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para a missão.
Ou então entraria em cena, ainda segundo Kassab. o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido), que foi convidado a ingressar no PSD.
Pacheco, que mal pontuava nas pesquisas de intenção de voto, desistiu de concorrer. Leite anunciou nesta segunda-feira (28) que vai renunciar ao governo (é um imperativo para disputar a Presidência da República), mas permanece no PSDB.
Ou seja, ainda há a opção Hartung. Em tese.
O ex-governador encontrou-se com Eduardo Leite no último dia 23, junto com o apresentador de TV Luciano Huck. Este, que tem em Hartung uma espécie de guru, decidiu não disputar as eleições, mas participa das tratativas entre lideranças políticas, como a foto do encontro entre os três, postada por Leite no Twitter, denota.
Nesta segunda, na entrevista coletiva em que anunciou seu destino político, Leite ressaltou que não pode falar por Hartung, mas espera que os dois estejam juntos, pois têm o mesmo "interesse" e "disposição" para construir uma alternativa eleitoral para o Brasil.
"Percebo nele (Hartung) o mesmo sentimento que eu tenho: não é sobre atender a nossas aspirações individuais, é sobre construirmos juntos uma alternativa para o país. Então eu tenho confiança de que a gente construirá junto um caminho", afirmou Leite.
Ou seja, ele espera que Hartung não dispute contra ele pelo PSD. Mas o que Hartung fará?
Aliados e interlocutores dele ora dizem que ele não vai disputar nenhum cargo e outros que está de olho mesmo na presidência ou na vice-presidência da República.
A chamada terceira via, alternativas a Lula (PT) e a Jair Bolsonaro (PL), está congestionada e não decola.
Sergio Moro (Podemos) aparece com 8%; Ciro Gomes (PDT) tem 6%; colega de partido de Eduardo Leite, o governador de São Paulo João Doria aparece com tímidos 2%. No cenário em que Leite é o candidato do PSDB, ele marca 1%.
Enquanto isso, Lula tem 43% e Bolsonaro, 26%. São os números do mais recente Datafolha. Claro que isso tudo antes de Leite se movimentar
Leite quer ser a figura a unir os mal ajambrados números da terceira via e admite que, se não se viabilizar, vai trabalhar pela "convergência em torno da candidatura que melhor reunir as condições".
São justamente as condições, as intenções de voto, que faltam. A terceira via não empolga o eleitor.
Hartung é sempre citado como um conselheiro, um articulador no campo nacional.
"Um ex-governador, ex-senador também, como Paulo Hartung, sempre será lembrado no rol de opções, de alternativas, que podemos buscar", emendou Leite.
Voltando ao dia 23, o governador do Rio Grande Sul, Hartung e Huck jantaram juntos. Naquele mesmo dia, na hora do almoço, Hartung estava em Sergipe, onde proferiu uma palestra para empresários.
E lá, disse o seguinte: “Há uma torcida dos capixabas para que eu participe da política nacional com mandato, mas essa contribuição dos mandatos está bem resolvida”, como registrou o site Só Sergipe.
Mas deixou no ar uma dúvida, como é de seu feitio: "Disputei oito eleições, graças a Deus passei por elas com trabalhos e deixei uma imagem bacana, respeitada no Brasil inteiro. Não fujo da raia”.
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