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TJES vai contar com empréstimo de US$ 35,3 milhões para se modernizar

Contrato com Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) foi assinado pelo governo estadual

Vitória
Publicado em 17/12/2024 às 10h59
TJES
O Orçamento do Tribunal de Justiça do Espírito Santo para o ano de 2025 é de R$ 1,5 bilhão. Crédito: Carlos Alberto Silva

Após três anos de negociações e etapas burocráticas que passaram pelo governo federal, pelo Senado e pela Assembleia Legislativa, foi assinado o contrato que garante um empréstimo de US$ 35,3 milhões (o que equivale a R$ 216 milhões) para o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).

O contrato foi firmado pelo governo estadual com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no último dia 12. O dinheiro vai ser usado para realizar o Programa de Modernização do Poder Judiciário. A cifra não pode ser aplicada em outras coisas, como folha de pagamento.

A ideia é que o Judiciário capixaba dê um salto tecnológico. O TJES tem figurado mal no ranking do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quando o assunto é infraestrutura de tecnologia da informação.

O programa de modernização deve ser executado durante cinco anos, com a supervisão e a consultoria do BID.

O dinheiro deve começar a chegar a partir do primeiro semestre de 2025 e não vai vir todo de uma vez e sim por etapas, à medida que o programa for executado.

A taxa de juros do empréstimo é de 2,93% ao ano e foi considerada mais vantajosa que as oferecidas por bancos nacionais.

O BID é uma instituição de fomento, de financiamento, por isso pratica juros mais "camaradas".

É uma organização financeira internacional com sede em Washington, EUA, criada no ano de 1959 com o propósito de financiar projetos de desenvolvimento econômico, social e institucional e promover a integração comercial regional na área da América Latina e o Caribe.

O banco disponibilizou a linha de crédito “Modernização do Sistema de Justiça e Segurança” e firmou uma parceria com o CNJ.

"As operações internas, mesmo que subsidiadas, em geral, apresentam custos com taxas mais elevadas, atualmente em patamares superiores a 10% a.a., com oferta de prazos mais curtos tanto para a execução do projeto, quanto para o serviço da dívida, numa faixa média de 120 (cento e vinte) a 180 (cento e oitenta) meses", ressaltou o TJES na carta-consulta enviada pelo TJES ao Ministério do Planejamento.

O pagamento do empréstimo vai levar 20 anos.

Algumas das medidas a serem implementadas:

  • Plano de capacitação de Magistrados e Servidores que contemple a formação inicial e programa de formação continuada;
  • Plano de valorização e retenção dos servidores de TI, que incluirá um plano de carreira de TI, a revisão e adequação da estrutura organizacional;
  • Automação dos processos de trabalho, com uso de ferramenta própria de BPMS (Business Process Management System);
  • Aplicativo do TJES com oferta de serviços aos usuários por meio de dispositivos móveis;
  • Implantação de totens interativos nas sedes dos principais Fóruns;
  • Ferramentas de Inteligência Artificial para atendimento aos usuários;
  • Suporte ao desenvolvimento e à manutenção de sistemas por meio da contratação de fábrica de software;
  • Implantação de Inteligência Artificial na tramitação dos processos judiciais;
  • Soluções tecnológicas em Cibersegurança;
  • Aquisição e implantação de ferramentas e licenças de Business Intelligence para monitorar dados judiciais e administrativos;

O programa de modernização vai custar, ao todo, US$ 44,1 milhões. Os outros US$ 8.8 milhões vão sair dos cofres do próprio TJES. 

A CONSULTORIA

O Orçamento do TJES, somente para 2025, é de R$ 1.565.945.393. A maior parte, historicamente, é consumida pela folha de pagamento. Não sobra muito para investimentos em tecnologia.

Defensores do empréstimo, como o desembargador Pedro Valls Feu Rosa, que presidiu o Comitê Gestor de Tecnologia da Informação e da Comunicação do TJES, e o próprio presidente da Corte, desembargador Samuel Meira Brasil Jr., argumentam que o benefício da contratação do empréstimo vai além das cifras.

Eles contam com o acompanhamento do BID para o sucesso da empreitada. 

Especialista Principal em Segurança Cidadã e Justiça do BID, Rodrigo Serrano-Berthet destacou, ao participar de um evento do CNJ, em junho de 2022, que o banco é "o maior parceiro que os países latino-americanos e caribenhos têm na área de Justiça, tendo executado mais de 100 projetos em 22 países, ao longo de mais de 30 anos de experiência no setor”. 

A consultoria a ser prestada pelo BID é que deve ser essencial para tirar o TJES do atraso tecnológico. 

Se o empréstimo vai compensar, bem, agora que já está tudo sacramentado, somente o tempo irá dizer.

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TJES Judiciário Letícia Gonçalves

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