Após o anúncio do deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil) de que não vai mais disputar o governo do Espírito Santo e sim a reeleição, o próximo passo é descobrir o destino do Republicanos no Espírito Santo. A pré-candidatura do ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli ao Senado, como a coluna mostrou, está por um fio. E a manutenção do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, na corrida pelo Palácio Anchieta é cada vez mais desacreditada.
Meneguelli é um nome forte para o Senado, encabeça pesquisas de intenção de voto. E, mesmo assim, por ação, segundo ele mesmo, de "forças estranhas", está praticamente fora do jogo.
Erick, por sua vez, apareceu com 3% das intenções de voto em sondagem do Ipec divulgada no início de maio. A permanência dele no páreo sempre foi questionada.
Quando a pré-candidatura foi anunciada pelo presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, durante entrevista coletiva em Vitória, em dezembro do ano passado, o próprio Erick admitiu que era pouco conhecido do eleitorado. Isso significava que ele precisava expandir seu raio de ação se quisesse ter chances. Erick tem base eleitoral em Aracruz.
Ele aglutinou apoios, firmou alianças com Patriota e PSC. E teria o Pros, mas o partido foi para o lado do governador Renato Casagrande (PSB) após passar por uma troca de comando no estado. O Agir inicialmente também declarou apoio a Erick, mas foi outro que trocou o presidente estadual e debandou do palanque.
O presidente da Assembleia Legislativa também procurou representantes de outra Assembleia, a de Deus.
Erick ainda se aproximou de Rigoni. E contava com a robustez do Republicanos, um partido em ascensão no Espírito Santo. Colou a imagem à do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, que é a principal vitrine da legenda.
Mas segue sem conseguir alavancar nos percentuais de intenção de voto. Integrantes do próprio Republicanos confidenciam à coluna que não levam fé que o nome de Erick vai aparecer nas urnas como candidato ao governo. Mas, então, para onde vai?
Aí vem o clima de barata-voa. Todo dia, uma especulação diferente, algumas ganham ou perdem força com o passar do tempo. Enquanto isso, o presidente nacional do partido diz que as questões locais devem ser decididas com a direção local. Já o presidente estadual, Roberto Carneiro, é apenas silêncio.
O PACTO
Primeiro, falou-se, sempre nos bastidores, entre uma aliança entre PL e Republicanos, forçada pela proximidade nacional entre as duas siglas. Por esse acordo, o PL retiraria a pré-candidatura competitiva de Carlos Manato ao governo do estado e, em troca, o Republicanos rifaria Meneguelli do Senado.
Assim, o principal beneficiado seria o ex-senador Magno Malta, que quer voltar a ser senador. Meneguelli tem potencial para tirar votos dele. Manato iria para o sacrifício, relutantemente. Mas isso não ajudaria muito Erick Musso a avançar nas pesquisas de intenção de voto.
A coluna questionou o vice-presidente nacional do PL, Capitão Augusto, sobre a possibilidade de Manato não concorrer ao Palácio Anchieta. Ele respondeu, nesta quarta-feira (27) à noite, de pronto: "Em hipótese alguma. Manato é nosso candidato".
A sabotagem ao ex-prefeito de Colatina, no entanto, continua na mesa, conforme a coluna apurou nos bastidores.
O PLANO B PARA ERICK
Outra hipótese aventada é deslocar Erick para a disputa ao Senado, no lugar de Meneguelli. E fazer uma aliança com o União Brasil de Rigoni. As coligações para eleger deputados foram banidas, mas para cargos majoritários, como senador, governador e presidente da República, estão mantidas.
Republicanos e União poderiam, portanto, aliar-se para eleger Erick ao Senado. Mas a tarefa seria pouco menos árdua do que a disputa pelo governo. A eleição para senador é dificílima.
Como exemplo, Fabiano Contarato, eleito pela Rede ao Senado em 2018, recebeu alguns votos a mais até do que o governador Renato Casagrande – 1.117.036 e 1.072.224 votos, respectivamente.
Na prática, Magno Malta seria beneficiado, uma vez que Erick é um adversário muito mais fácil de bater do que Meneguelli.
Há muitas arestas a serem aparadas. E em pouco tempo. A convenção do Republicanos, que tem que chancelar os candidatos, está marcada para domingo (31).
O União Brasil, por exemplo, apesar da proximidade de Rigoni e Erick, pode acabar em outro lugar. Fonte da coluna diz que há algumas semanas o deputado federal esteve não uma, mas duas vezes pessoalmente em conversas com Casagrande. Os dois já foram aliados.
Outra questão: o que vai ser feito de Meneguelli? Se ele não disputar mesmo o Senado, vai aceitar entrar na corrida para deputado federal?
Como isso seria recebido pelos demais pré-candidatos à Câmara? O principal nome do partido é o deputado federal Amaro Neto, mas a chapa tem também o vereador de Vila Velha Devanir Ferreira, que é secretário-geral do Republicanos estadual, e o ex-deputado federal Jorge Silva.
Aí surge também a possibilidade de realocar Meneguelli para tentar uma vaga na Assembleia Legislativa, como deputado estadual.
Depois de falar com a coluna e de transmitir uma live nas redes sociais, na segunda-feira (25), o ex-prefeito "mergulhou", mas estava, até então, irredutível, querendo a todo custo manter-se na corrida pelo Senado, como lhe foi garantido pelo presidente nacional do partido.
Enquanto isso, o Republicanos segue com diversas reuniões e conversas entre seus integrantes ao telefone. Notas ou anúncios são esperados todos os dias e, nada.
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