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Um novo Casagrande e um novo Manato no segundo turno

A coluna já pontuou que o "Casagrande paz e amor" ficou para trás. Agora, é o próprio Manato que diz que "o Manato do primeiro turno morreu"

Vitória
Publicado em 13/10/2022 às 09h12
Simulação de 2º turno tem Casagrande com 59% e Manato com 29%
Casagrande e Manato disputam o governo do Espírito Santo. Crédito: Arte A Gazeta

O governador Renato Casagrande (PSB) e o ex-deputado federal Carlos Manato (PL) não mudaram da água para o vinho no segundo turno da disputa pelo Palácio Anchieta, não se trata disso. Mas mudaram as estratégias, as formas de tentar captar a atenção e o voto dos eleitores.

Como a coluna já havia previsto, o "Casagrande paz e amor" ficou para trás. A  campanha do candidato à reeleição nesta segunda etapa do pleito está mais ácida, com críticas direcionadas ao histórico e às características do adversário. 

Também surgiu em destaque o voto BolsoGrande, ou CasaNaro, em que aliados do socialista pregam a recondução não apenas do governador, mas do presidente da República, Jair Bolsonaro, que é correligionário e apoiador de Manato.

Casagrande manteve uma estratégia, que é a de ressaltar que conta com o endosso de pessoas de perfis ideológicos diferentes, do senador Marcos do Val (Podemos) ao também senador Fabiano Contarato (PT).

Agora vamos abordar as mudanças na campanha de Manato. Para começar, o marqueteiro Fernando Carreiro deixou a equipe. O senador eleito Magno Malta (PL), que, no primeiro turno, esteve distante do palanque do ex-deputado federal, resolveu agir. Karla Malta, filha de Magno, por exemplo, passou a apresentar os programas eleitorais do candidato bolsonarista.

Giselle Barbosa, jornalista que se juntou ao time, diz que a ideia é reforçar a proximidade de Manato com Bolsonaro. Até o slogan vai mudar. Sai o "Governador de todos os capixabas" e entra "O governador de Bolsonaro".

A campanha também vai destacar a atuação do candidato como médico e gestor de hospitais.

Propaganda eleitoral de Manato o mostra como médico
Propaganda eleitoral de Manato o mostra como médico. Crédito: Reprodução

Os ex-prefeitos Guerino Zanon (PSD), de Linhares, e Audifax Barcelos (ex-Rede), da Serra, integram o núcleo duro de conselheiros de Manato, assim como o Tenente Assis, que tentou uma vaga de deputado federal pelo PTB.

Em conversa com a coluna, o candidato do PL disse que "o Manato do primeiro turno morreu". 

Naquele período, ele criticou duramente o governo estadual e teve uma postura beligerante. Agora, disse que está "mais carinhoso". 

Questionado sobre o motivo da mudança, sustentou que não é uma estratégia, mas uma retribuição "ao carinho, aos abraços que a população me dá nas ruas".

Isso não quer dizer que a campanha de Manato deixe de desferir alfinetadas no adversário. Na propaganda da TV, por exemplo, surgiram críticas a obras paradas, como o Cais das Artes que, na verdade, vive um imbróglio judicial.

"Isso (não terminar as obras iniciadas pela gestão anterior) é a típica política feita para se perpetuar no poder (...) Não serei o governador do estado com o intuito de me perpetuar no poder", afirmou Manato, no horário eleitoral.

"Manato é formado em Medicina, exerceu a profissão de médico. Já foi professor de Medicina e gestor hospitalar. O outro candidato vive de política a vida toda", afirmou o narrador da propaganda do candidato do PL.

"O outro candidato escolheu secretário de saúde que estudou em Cuba", complementou, em referência a Nésio Fernandes.

"Manato foi a favor da vida na pandemia, mas sem penalizar a economia. O outro candidato resolveu sacrificar o comércio."

O ex-deputado não ocupava cargo público em meio à pandemia de Covid-19.

Para arrematar, um novo jingle: "Espírito Santo é Bolsonaro, Espírito Santo é Manato".

Em seguida, na última terça-feira (11), surgiu a propaganda de Casagrande. Nada sutil,  o narrador já disparou:

"O candidato Manato já teve um cargo no governo Bolsonaro, mas, acredite, não durou nem cinco meses. Segundo nota da Casa Civil enviada ao jornal O Globo, Manato foi demitido por não apresentar os resultados esperados. Foi demitido por incompetência".

"Se Bolsonaro não aguentou Manato por cinco meses, por que o povo capixaba deveria aguentá-lo por 4 anos? Manato, quem conhece, não vota."

O candidato do PL já disse que pediu para sair do cargo comissionado que ocupou na Casa Civil do governo Bolsonaro.

Fora das telas, Manato já está apresentando os futuros secretários, que somente vão assumir as funções, claro, se ele for eleito. 

Para a Fazenda, o escolhido foi Aridelmo Teixeira, que disputou o governo do estado pelo Novo e recebeu 0,76% dos votos. No segundo turno, Aridelmo declarou rapidamente apoio a Manato.

Casagrande, no Twitter, ironizou a escolha. Resgatou uma entrevista em que Manato critica o socialista por dar cargos a amigos que perdem a eleição.

"Na teoria, isenção. Na prática, conchavo", escreveu Casagrande. No vídeo postado pelo candidato do PSB, aparece a palavra "Mamato".

A propaganda do candidato do PL diz que "Manato vai acabar com a mamata".

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