O ex-deputado federal Carlos Manato (PL) terminou o primeiro turno das eleições para o governo do Espírito Santo em segundo lugar, com 38,48% dos votos. O governador Renato Casagrande (PSB) alcançou 46,94%.
Mesmo assim, ter chegado à segunda etapa do pleito foi uma vitória política para o candidato do PL. A expectativa, de acordo com as pesquisas de intenção de voto, era que o socialista liquidasse a fatura de uma vez só.
Muitos fatores podem ter contribuído para o resultado obtido por Manato. O fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter sido o mais votado no estado, por exemplo, deve ser um deles. O ex-deputado é aliado do chefe do Executivo federal.
De qualquer forma, quem conduziu a campanha de Manato até este ponto foi o jornalista Fernando Carreiro. A estratégia dele foi suavizar a imagem do candidato para que conseguisse chegar além da bolha bolsonarista.
Logo após o segundo turno, entretanto, Carreiro deixou a equipe do candidato. De acordo com o próprio responsável pelo marketing da campanha, o motivo foi "a falta de um ajuste financeiro".
Ou seja, um desacordo em relação ao que Manato poderia pagar ao profissional.
Mesmo que não obtivesse a cifra almejada, fazer a campanha de um candidato com chances de ganhar de virada ou receber um percentual de votos considerável seria um bom aditivo ao currículo de Carreiro.
Mas enfim. Manato disse considerar o jornalista o seu "marqueteiro do coração", mas já conta com outra adesão à campanha.
O nome, de acordo com o candidato, foi sugerido pelo Tenente Assis, que disputou uma vaga de deputado federal pelo PTB.
Trata-se de Giselle Barbosa. Ela é jornalista e tem pós-graduações na FGV e na PUC relacionadas à área de marketing, conforme contou à coluna.
Giselle é responsável pela comunicação do PL no estado e atuou na campanha do ex-senador Magno Malta, do mesmo partido, que sagrou-se vencedor e vai voltar ao Senado em 2023.
Ela atuou como consultora de estratégia e marketing, em conjunto com as filhas do ex-senador.
É o mesmo trabalho que tem agora com Manato. O núcleo duro da campanha é formado por Assis, pelo ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) e pelo ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (sem partido).
Os dois disputaram o Palácio Anchieta no primeiro turno. Em tese, eram adversários de Manato, mas o clima entre eles sempre foi muito cordial. A ponto de Casagrande afirmar que os três haviam combinado estratégias, junto com outro então candidato, Aridelmo Teixeira (Novo), nos debates realizados pela Rede Gazeta.
Todos negaram o "complô". Logo no início da segunda etapa do pleito, Guerino, Aridelmo e Audifax subiram no palanque de Manato.
"O meu papel é um apoio para nortear algumas coisas, algumas pontas que ficaram soltas lá atrás. Temos o Guerino e Audifax, que dão uma consultoria muito importante para a gente. Tem o Bruno Lourenço, o vice, também" afirmou a nova consultora.
"Não trabalho com o termo 'marqueteiro'. Nas grandes campanhas é tudo muito segmentado. Tem um coordenador de digital, o coordenador do off-line, o coordenador de miltância... é uma equipe. Não estou em um local privilegiado", afirmou Giselle.
Além da campanha de Magno, ela atuou, no passado, para Gisinho Lopes (hoje no Solidariedade), candidato a deputado estadual.
As filhas de Magno também embarcaram na campanha de Manato, de acordo com Giselle. Uma delas, Karla Malta, vai ser a apresentadora dos programas dele na TV, o mesmo papel que desempenhou para o pai no primeiro turno.
LEIA MAIS COLUNAS DE LETÍCIA GONÇALVES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.