A disputa pela Prefeitura da Serra, no segundo turno, está ainda mais tensa do que na primeira etapa do pleito. Primeiro, o debate ideológico e espiritual passou a ocupar cada vez mais espaço nos discursos de Weverson Meireles (PDT) e Pablo Muribeca (Republicanos). E, agora, há acusações mútuas de uso de violência na campanha.
Até o prefeito reeleito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), virou personagem desta história. Ele está no palanque de Muribeca e foi à Serra pedir o apoio dos eleitores da cidade ao correligionário.
Faltam poucos dias para a votação decisiva, então as campanhas do PDT e do Republicanos percorrem as ruas da cidade freneticamente. Vez por outra, as duas equipes se encontram. E é aí que surgem provocações e atritos.
Ao que parece, esses confrontos não são tão graves quanto os aliados de Weverson e Muribeca apregoam, para tentar capitalizar politicamente. Mas os nervos estão, sim, à flor da pele.
Na sexta-feira (18), os times do pedetista e do republicano ficaram frente a frente em Feu Rosa. Elogios é que não foram trocados de parte a parte.
"O deputado Xambinho (presidente municipal do Podemos e aliado de Weverson) questionou o fato de Pazolini e seus cargos comissionados estarem na Serra fazendo política enquanto deveriam estar trabalhando", conforme narrou a equipe de Weverson.
Na manhã deste sábado (19), mais um, digamos, conflito de agendas. O vereador reeleito da Serra Saulinho da Academia (PDT), que é presidente da Câmara Municipal, e cabos eleitorais de Weverson realizavam um adesivaço em Serra-Sede em prol da candidatura do PDT à prefeitura.
Muribeca e apoiadores fizeram campanha no mesmo bairro. "O grupo dele (Muribeca) veio em direção a nós, ele em cima do carro e os outros em caminhada. Passaram no meio do lugar em que estávamos fazendo o adesivaço. Agrediram as pessoas com palavras e empurraram uma moça da campanha do Weverson", contou Saulinho.
Muribeca, por sua vez, publicou nas redes sociais um vídeo em que um cabo eleitoral de Weverson usando camisa e bandeira com o número de urna do pedetista, reclama, exaltado, do "tumulto que vocês (apoiadores de Muribeca) estão fazendo" e mostra o dedo médio.
"A campanha do candidato a prefeito Muribeca repudia o ato de violência cometido por funcionários públicos da prefeitura (cargos comissionados) e militantes que trabalham na candidatura adversária", diz nota enviada à imprensa.
O atual vice-prefeito da Serra, Thiago Carreiro (União Brasil), que é rompido com o prefeito Sérgio Vidigal (PDT) e está ao lado de Muribeca, divulgou mais um vídeo, em que um apoiador de Weverson avança com agressividade contra a equipe do republicano e, entre vários empurrões, é contido.
Enquanto isso, Vidigal, Weverson, Xambinho, Saulinho e a vice do candidato do PDT, Gracimeri Gaviorno (MDB), foram à Polícia Federal neste sábado "para manifestar sua preocupação com o clima de violência que se instalou no município a partir de incitações à desordem por parte do candidato Pablo Muribeca e seus apoiadores".
O TELEFONEMA DE PAZOLINI
O secretário estadual da Casa Civil, Júnior Abreu, contou à coluna que recebeu um telefonema de Pazolini. "O intuito da conversa foi amenizar a questão da eleição na Serra (os ânimos exaltados). Foi bem genérica (a conversa)".
Abreu não revelou as exatas palavras que ouviu do prefeito de Vitória, afirmou apenas que não houve nada que soasse como ameaça, ao contrário do que a equipe de Weverson sugeriu em nota enviada à imprensa.
O secretário é filiado ao PDT e é da Serra.
A coluna procurou Pazolini, por meio da assessoria de imprensa do prefeito, mas não houve retorno até a publicação deste texto.
A CORRIDA ELEITORAL
Weverson foi o candidato a prefeito da Serra mais votado no primeiro turno, com 35 mil votos de vantagem sobre Muribeca. De acordo com pesquisa Ipec divulgada na sexta-feira, o pedetista segue na frente, com 61% das intenções de voto, contra 39% do candidato do Republicanos.
O que vale mesmo, entretanto, é o resultado das urnas no próximo dia 27.
Vencer o pleito é algo essencial para o PDT, pois a Serra é o principal reduto e força motriz do partido no Espírito Santo. Para o Republicanos, eleger o prefeito do maior colégio eleitoral do estado seria uma conquista de peso para consolidar os planos da legenda, que já conseguiu reeleger o prefeito da Capital.
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