É economista e cronista. Neste espaço, aos sábados, dedica-se a crônicas que dialogam com a memória recente do Espírito Santo, da cultura à política, sem deixar de alfinetar os acontecimentos da atualidade locais e nacionais

Minha receita de pão é bem diferente das que vocês conhecem

Meus pães não têm fermento, não têm trigo, nem nozes, azeitonas, passas, nada disso. E essas delícias que reservo para você, além de saborosas, são pra toda a vida

Publicado em 01/08/2020 às 10h00
Atualizado em 01/08/2020 às 10h00
Pão
Fazer pão é a mania da quarentena. Crédito: Pixabay

Sem ideias melhores para passar o tempo, homens e mulheres vêm se entregando, de avental e câmeras, à produção de pães caseiros. Nesta empreitada, assim como o trigo, o fermento e o forno, parece muito importante o registro fotográfico. É que cada padeiro come em casa o seu próprio pão, mas manda a foto pros amigos. São sovinas os padeiros amadores. Se você ainda não embarcou nessa nova tendência nacional, venha comigo porque tenho receitas fantásticas para garantir dias melhores, até que a banda volte a tocar coisas de amor.

Meus pães não têm fermento, não têm trigo, nem nozes, azeitonas, passas, nada disso. E essas delícias que reservo para você, além de saborosas, são pra toda a vida. Não alimentam o corpo, mas revigoram o espírito. Quer experimentar? Então pegue sua bolsa e venha comigo. Vamos entrar numa livraria. Não se espante, na história da humanidade as horas vazias sempre foram preenchidas com a boa leitura. Ah...sim... se não tem na livraria, tem num sebo. Procure na internet.

De cara, um pão doce pra se comer com os olhos: uma fantástica coleção de fotos, na verdade um portfólio, impresso na Alemanha e que leva o nome de “Alvaro Abreu - Bamboo”. Obra dele, o nosso cronista.Top, como de diz hoje em dia.

Se você ainda não conhece o argentino Julio Cortázar, está mais do que na hora. Gênio, gênio... experimente “Todos os fogos o fogo”. Um pãozinho medialuna inesquecível. Aposto que uma semana depois você vai querer ler de novo.

Não deixe na estante, em hipótese alguma, o último livro de Cariê Lindenberg, o “Vou te Contar“. Você vai viajar na rica história de vida desta grande figura humana. Imperdível! Uma baguete, torradinha, com manteiga de primeira.

Woody Allen é um brioche! Leia “Fora de Órbita”, seu recente livro de contos. “Resgate a Moda Indiana”, um de seus contos vai abrir adoravelmente o seu apetite.

Um delicioso pãozinho de queijo, “Vento Sul” é uma seleção de crônicas da saudosa e genial Carmélia Maria de Souza. Apresentação do também saudoso Amylton de Almeida. No livro, a Félia – como era tratada pelos mais íntimos – faz uma listinha das coisas que mais gostava na vida. Entre elas, vento sul,trocadilho infame,homem feio, frescura e desgraça alheia. Sentiram o espírito? Não perca!

Vale a pena ter em sua biblioteca um livro chamado “São José do Calçado não cabe em apenas uma crônica”. Uma publicação organizada pelo escritor Pedro Teixeira. Nele você dá de cara com um pouquinho dos 55 escritores calçadenses. Um monte de gente boa. Boa como uma broa de milho do Bar do Luiz.

E não deixe de levar “Hitchcock/Truffaut – Entrevistas”. Se você gosta de um delicioso pão de mel. Ou, se preferir, um pãozinho francês.Demais!

Alimente a sua curiosidade: “Hotel Majestic”, a história do famoso hotel do centro de Vitória num texto do jornalista Rubinho Gomes. Um relato instigante como um pão de nata à tardinha.

E fechando a fornada, este croissant “Crônicas”, um belo legado impresso do querido jornalista José Costa. Farte-se.

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