Será que a gente podia combinar que o que ainda não é, logo mais bem podia ser?
Pense com calma.
(Concordamos?)
Então, continua.
Por exemplo, tá combinado que vestir a fantasia do Super Homem não nos habilita a voar, certo? Continua. Tá combinado que quem desce pro play tem que saber brincar; que antes mais tarde do que nunca mais; que onde se faz, se paga; que dia de muito, é véspera de pouco; e que se cair, do chão não passa! Continua.
Tá combinado: todo mundo precisa saber trocar uma fralda, construir um muro, preparar uma macarronada, planejar uma invasão, escrever uma carta, dar um soco de mão fechada, fazer um bolo e mandar flores com um cartão. Continua.
Tá combinado que é melhor ser o guitarrista do que a guitarra. E que é mais fácil ser pedra que vidraça. Continua.
Tá combinado. A gente só precisa da luz quando está escurecendo; só sente a falta do sol quando está chovendo; e só maldiz a estrada quando sente saudade de casa. Continua!
Tá combinado que os primeiros quarenta anos de vida dão o texto, e os trinta seguintes, os comentários. E que o passado, apesar de morto, tem sempre um perfume rosado... Continua.
Tá combinado que ter estilo é não saber direito o que é isso; que burrice deveria doer no sujeito feito um calo; e que desafio é o que nos move; e que maior certeza sobre a vida mora na pureza da resposta: é bonita, é bonita e é bonita!
(Continuamos combinados?)
Passa a marcha. Continua!
Tá combinado. Viveremos ao máximo! Como otimistas-revolucionários perseguiremos dias de conquistas: pactos de vida (saúde, conhecimento, liberdade, alegria). Você na sua, eu na minha.
Tá combinado que a gentileza é a maior força da natureza!
Contaminaremos os seres ao nosso redor com abundância de boa vontade. Ofereceremos respeito e reconhecemos seus feitos. Aproveitaremos nossos rompantes de coragem (pra mandar um beijo, pra soltar um grito, pra se libertar e pra dizer a verdade). Confiaremos em nós mesmos, obedecendo as regras do perigo.
E seremos sabidos suficiente para não saber demais –– porque muito acerta quem suspeita que sempre erra!
Mudaremos a direção dos pensamentos sempre que preciso.
E nos contentaremos com o bastante. Mas seguiremos sempre, profundamente, desejantes. Continua!
Tá combinado. Nos deixaremos apaixonar e sucumbiremos ao tenebroso esplendor do amor. Mas não nos esqueceremos de, sendo dois, ainda sermos muitos e saberemos que promessas são quase nada, apesar de tudo...
Sem hipocrisia, sem preconceito, sem julgamento, encararemos o fato de que entre pares –– cumplicidade, verdade, brincadeira, sexo, poesia, amizade e –– respeito é o que conta. E só. Não importa gênero, não importa se hétero, gay, lésbica, bissexual, travesti, transexual ou transgênero.
–– Tá combinado: somos todos iguais. Somos seres sexuais e ponto.
E é nossa essência imortal que vai seguir o rumo que traçarmos na busca do aprendizado.
Continua.
Alargando as bordas, ampliando o espaço e expandindo a mente, despindo o preconceito, e qualquer forma de julgamento, com cada passo de dança da alma.
Avante ruma a transformação!
Vai, mais um passo, mais outro, tenta um salto, solta! Não pára. Continua. Continua. Continua até fazer sentido; continua até achar bonito; continua até sentir orgulho de ter a mente livre; até sentir coragem de ir além. Até se libertar! E liberar o outro do peso do seu próprio, velho, julgamento.
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