É artista e escritora, e como observadora do cotidiano, usa toda sua essência criativa na busca de entender a si mesma e o outro. É usuária das medicinas da palavra, da música, das cores e da dança

Innsaei: o poder da intuição

Como no documentário no qual artistas, pensadores e espiritualistas discutem sobre a filosofia Islandesa, que promove a conexão das pessoas por meio da empatia e da intuição.

Publicado em 08/08/2021 às 02h00
Mulher assistindo televisão
Claro, também não é que eu esteja sugerindo abandonar o Netflix, por exemplo. Não... Nada disso. Crédito: Freepik

Não deixo de ir comer pizza e beber vinho, para assistir Netflix. (Sou de prazeres antigos).

Em realidade, acredito que as crias da internet como Facebook, Instagram, Twitter, Apple Tv, etc, até propiciam boas sensações – mas não sem o efeito rebote de nos afastar um pouco uns dos outros e, por vezes, até de nós mesmos.

Grave, contudo, não é exatamente o diálogo com a pegajosa irrealidade.

Grave é o minúsculo espaço que sobra para a prática do que realmente importa. Respirar. Estar presente. Olhar para dentro. Aguçar a sensibilidade e estar preparado para o chamado da natureza que nos habita: intuição, instinto.

Precisamos estar atentos. Porque com a intuição enferrujada podemos ser facilmente moldados. Levados a consumir ou rechaçar ideias, ideais, produtos e personalidades. (Vai depender apenas de como estivermos sendo preparados). Perceba, na dormência dessa habilidade que decide segundo os próprios chamados, é a lógica (apreendida) que predomina. E segundo essa... Ah, segundo essa, tudo é possível. (Assim surgiu, por exemplo, a lógica do nazismo).

De modo que é fundamental alimentar a intuição e o instinto – mecanismos de discernimento que, na verdade, só amadurecem quando nos relacionamos com a vida da forma mais natural possível: aquela sentida na pele, na carne e, às vezes, na ferida. No toque, no silêncio, no abraço, nos olhos, no suspiro, nas lágrimas, nos passos, na marcha ou no grito.

Humildemente pressinto que daqui para frente o sentido de "sermos humanos" vai depender disso... Troca, empatia, presença, paz de espírito.

Claro, também não é que eu esteja sugerindo abandonar o Netflix, por exemplo. Não... Nada disso. Mesmo porque de vez em quando acontece: a companhia da pizza fura, aí o mundo virtual vem e pimba!

Como com o documentário "Innsaei – O Poder da Intuição" no qual artistas, pensadores e espiritualistas discutem sobre a filosofia Islandesa, que promove a conexão das pessoas por meio da empatia e da intuição.

"Innsaei" quer dizer "o mar de dentro", "ver o interior", ou simplesmente, "ver de dentro para fora". No filme, as diretoras Hrund Gunnsteinsdottir e Kristín Ólafsdóttir rodam o mundo em busca de respostas para a arte de "se conectar" no mundo distraído e ofegante de hoje. E o resultado é um esclarecimento: conhecer a própria essência é fundamental (para, entre outras coisas, conseguirmos nos colocar no lugar outro).

Nota: na minha parte preferida do documentário, a arte performer Marina Abramović (parênteses para dizer que ela é minha super-heroína favorita) fala com toda sua intensidade sobre as possibilidades da mente (Marina é apaixonante mesmo). Depois, somos apresentados a crianças de uma escola britânica que praticam meditação desde pequenos, e aprendem cedo a lidar com os próprios sentimentos. Enfim, recomendo. Na falta de companhia para pizza, assista.

Pensando bem, talvez essa crônica tenha sido um impulso intuitivo. Uma resposta ao vívido chamado que sugeria: divida isso, Maria. Multiplica!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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