Tem dia feito pra descarregar as más energias acumuladas. Dia certo pra correr da loucura cotidiana e abraçar a sensação de bem-estar. Dia pra encontrar uma atividade que seja estimulante o bastante para liberar a adrenalina pelo nosso corpo. Não falo do simples fato de atravessar uma rua ou caminhar pelas calçadas, pegar um ônibus, usar um banheiro ou até mesmo tentar estacionar nas vagas reservadas, porque essa adrenalina diária conheço muito bem. A vida com emoção começa quando entro no elevador.
Mas falo de outra adrenalina, aquela que reveste o desafio feito para todos: pessoas com e sem deficiência. Pessoas que buscam nos esportes radicais e de aventuras a fuga da rotina e o mergulho em um universo rico de energias e emoções. Sem dúvida, essa prática funciona como uma válvula de escape do estresse das grandes cidades, do excesso de trabalho e de muitas cobranças a serem cumpridas diariamente. E para nós, dos muuuitos obstáculos que ainda nos impedem de levar uma vida leve, sem a tensão que nos acompanha. E você, já encarou algum esporte radical?
Escolha sua dose
As possibilidades são muitas e sempre com profissionais capacitados para atender os mais variados tipos de deficiência. Selecionei algumas para você – e muitas delas podem ser feitas perto de onde você mora:
Mountain Bike - pedalar através de trilhas no meio das florestas e montanhas
Rapel - descida de paredões, abismos ou cachoeiras usando cordas
Rafting - descer correntezas com botes infláveis
Trekking - caminhadas por trilhas que contornam montanhas, florestas e riachos
Caving - exploração de cavernas
E ainda kart, parapente, esqui, jet ski, entre outros. E todas essas atividades podem ser adaptadas para as pessoas com deficiência.
O primeiro salto a gente nunca esquece
E nem o segundo. Foi de parapente, em Alfredo Chaves, no interior do ES, consagrado por ter uma das melhores rampas para salto do Brasil. Quando aterrissei, juntamente com o instrutor, no meio do pasto verdinho, me vi cercada de vacas – que pareciam super acostumadas com aqueles bichos esquisitos (no caso, nós) querendo imitar pássaros. E tive uma das maiores sensações de liberdade da minha vida.
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"Quando aterrissei, juntamente com o instrutor, no meio do pasto verdinho, me vi cercada de vacas – que pareciam super acostumadas com aqueles bichos esquisitos (no caso, nós) querendo imitar pássaros. E tive uma das maiores sensações de liberdade da minha vida."
Com essa experiência, foi fácil entender que a convivência na natureza através das práticas esportivas – que nem precisam ser tão radicais assim – contribui e muito para que as pessoas em situação de deficiência possam não só sentir-se realizadas, mas também perceber o quanto o esporte desenvolve aptidões, estímulos e novas percepções.
Superação e diversão
Todos sabemos que praticar esportes, além de aliviar o estresse, reduz os níveis de doenças em nosso organismo. Porém, para as pessoas com deficiência, toda vez que encaram o desconhecido, elas também ampliam seus limites. Foi exatamente o que percebi ao vivenciar, não só o salto de parapente como também com a escalada e rapel que fiz no Morro do Moreno. Sério. Foi uma verdadeira aventura, mas que facilmente faria de novo.
O acesso não pode ser esquecido. No Brasil já existem muito atletas com deficiência que praticam e competem em modalidades radicais, que tomam a cada dia proporções maiores. E acredito que é o nosso interesse que move profissionais, empresas, locais a se adaptarem para atender a todos, sem exceção.
Em tempo: nunca encare um esporte radical sem a presença de um orientador experiente para lhe oferecer as devidas instruções, equipamentos de segurança e muito mais para você. Depois, é sair em busca de sensações novas, algo que lhe traga prazer, plenitude de alma, diversão e contato com a natureza. Depois da pandemia, a gente se encontra.
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