Com minha mãe aprendi que a vida nunca é como gostaríamos que ela fosse. Como também não é uma ameaça constante ou um inimigo a ser controlado. A vida é o nosso maior tesouro. É tudo o que temos. Com ela também entendi que não somos nós, com alguma deficiência, que deixamos de andar, ouvir, ver ou qualquer coisa assim. Elas – as mães – é que deixam de fazer tudo isso. E por nós, passam por momentos de sufoco, dor e desespero.
Lembro-me dos perrengues que tive que enfrentar com cirurgias e tudo mais quando a vida me colocou em uma cadeira de rodas. Foi com ela, a mãe que chamava de minha, que encontrava força e me desfazia dos medos. Era dela a memória de cada detalhe dessa época: o nome de cada médico, enfermeira, o motivo de cada choro, o sorriso a cada pequena vitória. Tenho certeza que se ela estivesse aqui se lembraria dos detalhes daqueles momentos. Foi com ela que reaprendi a andar. A não chorar porque estava diante de um novo modo de viver. Foi dela que ganhei força e coragem.
Maternidade é fortaleza
Trouxe minha mãe para esse texto, mas não é apenas sobre ela que desejo falar. É sobre dedicar sua vida ao que, de fato, importa. Minha mãe mostrou que eu importava. Imagino que ser mãe é dizer até mesmo sem falar nada, o quanto um filho nos transforma. Mães que superam todos os obstáculos, físicos, emocionais, para exercerem a maternidade que também pode ser chamada de fortaleza.
Sob o teto do preconceito
Não duvide. Toda mãe traz em si essa força. E muitas precisam lutar para provar que são capazes. Agora imagine o quanto uma mulher com deficiência é colocada em dúvida quando resolve ter um filho. E penso que, além de dar conta da cria, ainda precisa atestar para os olhares duvidosos uma capacidade inata. O nome disso também é preconceito. Acima de nós, mulheres, mães, profissionais com ou sem deficiência, existe um teto de dúvida, de questionamentos sobre a nossa inteligência, nossa vontade, nosso direito, nosso caráter.
O que você vai levar para o Dia das Mães?
Neste Dia das Mães, não duvide do que significa essa data. Não é sobre presentes. É sobre presença, reconhecimento, reverenciamento, sobre enxergar a relação mãe e filho como um laço feito de uma material inquebrável. Revestido de doçura e resistência, coragem e delicadeza. Seja de que forma for a mãe que você conhece, veja nela o que realmente importa. E que geralmente se chama amor.
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