Mariana Reis é administradora de empresas e educadora física. É pós-graduada em Gestão Estratégica com Pessoas e em Prescrição do Exercício Físico para Saúde. Atua como consultora em acessibilidade e gestora na construção e efetivação das políticas públicas para a pessoa com deficiência em Vitória

Por mais vida em cada dia

Ter a sensibilidade como lei é olhar o outro e entender o quanto podemos nos completar, enfrentar nossas fraquezas e identificar potencialidades. Que tal esse exercício?

Publicado em 05/01/2021 às 05h00
Abraço
Quero reverenciar o ano que chega com um abraço forte, de verdade. Frente a frente, sem riscos. Agradecer a oportunidade de mais uma vez poder sonhar diante de uma realidade tão dura. Crédito: Pixabay

O ano novo chegou e estamos experimentando os primeiros dias dele, as primeiras páginas de um livro zerado. Deixamos 2020 para trás. É uma questão de ordem, 20, 21. Após uma longa prova de isolamento que fomos todos obrigados a fazer, a partir do longínquo mês de março de 2020, seguimos até agora sem remédios e sem vacina. No ano que passou, aprendemos a caminhar na beiradinha do abismo. Trouxemos nas costas alguns pesos como: medo, ansiedade, angústias e solidão.

Pela reflexão pura e simples

Nossas asas foram podadas no limite e o exercício de voar deu espaço a repensar valores, a lidar com decepções e quem esteve mais preparado emocionalmente para a prática da ajuda sem interesse, compaixão, paciência e para a espiritualidade, se deu melhor na travessia. O ano 2020 nos exigiu muito. Entre um ano e outro, em meio à mudança de calendário, uma pausa é bem-vinda. Mas sem exigências. Um descanso apenas para refletirmos sobre o que ocorreu. Sobre o quanto o outro importa e o quanto precisamos valorizar o agora. Daqui não levamos malas, logo, escrever uma história repleta de sentimentos bons, sem desgastes à toa, sem pequenezas, afinal, será nosso legado. Será uma trégua que espero em 2021.

Pela sensibilidade virar lei

Escrevo esta coluna com um café na mão, espremida num canto da mesa, pois minhas plantas estão por todos os cantos. Um caderno e uma caneta, dessas que quando escrevem deixam a folha perfumada. A mistura dos aromas em minha varanda, invadiram meu olfato – aliás, é a prova que me acompanha há um ano desde que começou a pandemia, perceber os cheiros para saber se estou ou não contaminada. Oh, céus! Bem, logo pensei que poderíamos legalizar a sensibilidade neste ano novo. Isso mesmo, transformar em lei. Além dos aromas e sabores, podemos começar a perceber o quanto somos diferentes uns dos outros. Quantas limitações colecionamos e não nos damos conta ao longo da vida. Ter a sensibilidade como lei é olhar o outro e entender o quanto podemos nos completar, enfrentar nossas fraquezas e identificar potencialidades. Que tal esse exercício? Quem sabe essa lei pegue?

Pela chegada sutil de um novo ano

Essa sensibilidade também fará aumentar o culto ao amor-próprio e certamente, ficaremos imunes às desilusões da vida. O amor-próprio em 2021 está em alta. Não deixem escapar. Quero reverenciar o ano que chega com um abraço forte, de verdade. Frente a frente, sem riscos. Agradecer a oportunidade de mais uma vez poder sonhar diante de uma realidade tão dura e trevosa (e até cansada). Sei que quem conseguiu se encontrar no caos em que mergulhamos, a enxergar a inteireza, compartilhar, somar e dividir das atitudes e sentimentos nobres, teve um suspiro, um alívio, não é? O ano deu um sacode na gente.

Misturada aos aromas aqui pensei que vou desenvolver uma lista para quando a pandemia passar. Por enquanto, reforço: cultive a fé, independentemente de religião, a esperança e a compaixão. E que fiquem para trás, assim como o ano, os dissabores, e de agora para frente faça o bem e vá além do que esperam de você, de mim, de nós. Tire um momento para você e faça tudo que tiver que fazer, com responsabilidade e respeito. Como sou a frenética das listas, já iam umas aqui. Mas elas vão ficar, como combinado, para os próximos textos. Chega junto, 2021, com amor, com um pouco de paz interior, com apreciação e sutileza. Caminhando passo a passo, nos deixando revigorados. Afinal, precisamos renovar as forças para continuar a jornada.

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