Mariana Reis é mestranda em Sociologia Política, Administradora , TEDex, Colunista e Personal Trainer

Uma data, várias histórias

No mundo inteiro, o 21 de março é lembrado com o objetivo de conscientizar a população sobre a inclusão e promover a discussão de alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com a síndrome de Down

Publicado em 21/03/2022 às 19h06
Mulher com Síndrome de Down
Ter um movimento nacional aproxima os brasileiros das pessoas com Down e permite um diálogo maior entre a sociedade. Crédito: Shutterstock

O que o dia 21 de março representa para você? Para as pessoas com síndrome de Down, é um dia a ser celebrado. No mundo inteiro, a data é lembrada com o objetivo de conscientizar a população sobre a inclusão e promover a discussão de alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com a síndrome.

Aqui no Brasil, entrou esse mês em vigor a Lei 14.306, de 2022, que institui a data como o Dia Nacional da Síndrome de Down. A norma estabelece ainda a promoção de eventos que valorizem as pessoas com a síndrome na sociedade. Ter um movimento nacional aproxima os brasileiros das pessoas com Down e permite um diálogo maior entre a sociedade e nos lembra sobre a luta por direitos iguais, bem-estar e oportunidades.

E você sabia por que o dia 21 de março foi escolhido?

A data foi proposta pela associação britânica Down Syndrome International (DSI) porque, em inglês, se escreve 3/21, o que faz alusão à trissomia 21, condição genética causada pela presença de três cromossomos 21 nas células dos indivíduos com Down, em vez de dois.

Síndrome de Down não é doença

É uma ocorrência genética natural. O termo “síndrome” significa um conjunto de sinais e sintomas e “Down” designa o sobrenome do médico e pesquisador que primeiro descreveu a associação dos sinais característicos da pessoa com Síndrome de Down. As diferenças entre as pessoas, tanto do aspecto físico quanto de desenvolvimento, decorrem da complexidade dos aspectos genéticos individuais, intercorrências clínicas, nutrição, estimulação, educação, contexto familiar, social e meio ambiente. É um modo de estar no mundo e que demonstra a diversidade humana.

E para celebrar o dia, trago histórias que marcam as lutas e conquistas, e nos permite viver a liberdade de expressão e o despertar das potencialidades sem nenhum tipo de limitação pessoal, nem de ambiente.

Para fechar o mês que também foi especial para as mulheres, escolhi as meninas para dar um brilho a mais na coluna.

Conhecem a Maju Araújo?

Ela é carioca, modelo, faz desfiles em passarelas internacionais da moda, é embaixadora da marca L’Oreal Paris, e aos 19 anos é a fonte de renda de toda família.

Até chegar nessa etapa, a Maju e sua mãe encararam muitos desafios, um deles bastante grave. Maju teve meningite, ficou em coma e os médicos tinham poucas esperanças. Mas, ao voltar do coma, Maju chamou sua mãe e disse: serei uma modelo famosa.

No alto dos seus 1,49 de altura, a Maju precisou se agigantar para romper com os olhares estigmatizantes e corpo padrão que se estabeleceram na sociedade e, principalmente, na carreira como modelo.

Nas palavras da mãe, "na carreira da Maju não há atalhos”. Isso significa que a caminhada é dura e o esforço para equiparar as oportunidades com uma modelo sem deficiência é igualmente extenuante.

E a Amanda Leal?

Capixaba, artista, bailarina e modelo fotográfico, é uma artista completa.

Desde criança sempre demonstrou suas habilidades para a carreira como modelo. Em seu Instagram ela nos convida a conhecê-la.

Sofía Jirau, quem conhece?

De Porto Rico e com 24 anos, é dela a frase “Dentro e fora não há limites”. Compactuo com ela dessa afirmação.

Se tornou a primeira modelo com síndrome de Down a participar de uma campanha para a marca Victoria's Secret. Juntamente com outras dezessete mulheres, participou do lançamento de uma coleção chamada Cloud Love Collection no mês de fevereiro.

Sofía aproveita o espaço como modelo para falar sobre a inclusão das pessoas com deficiência no mundo.

Salve 21/3

Um olhar que muda a vida de qualquer um de nós, todas e todos merecemos ser olhados pelo potencial que podemos desenvolver. E não tenho dúvidas que somos capazes.

Vivemos ainda num momento em que a competitividade e o individualismo são estimulados. Nesse contexto, o grande desafio é permitir que um maior número de pessoas tenha acesso a locais, produtos, serviços e informações efetivamente disponíveis, independentemente de suas capacidades físico-motoras e perceptivas, culturais e sociais.

Eu sei que são muitos desafios enfrentados por essas moças, suas famílias, para assegurar as condições de acessibilidade e oportunidade, mas também acredito que com o aval de uma legislação avançada como a nossa, e o grau de consciência da sociedade, esses desafios vão ser enfrentados e excluídos.

Um salve para o dia 21!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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