Patrícia Sperandio*
Carros elétricos e híbridos estão em alta no Brasil. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), as vendas de veículos elétricos leves no país atingiram um patamar recorde de quase 94 mil unidades em 2023.
Nos primeiros cinco meses de 2024, de acordo com os dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), cerca de 26.000 unidades de automóveis 100% elétricos foram emplacados, o que representa um aumento de 34% ante a totalidade do ano passado.
Nessa onda também está o Espírito Santo. O Estado teve o maior emplacamento de carros eletrificados no país, em 2023, atingindo o percentual de 169%. Foram 2.846 carros emplacados, segundo a ABVE. A capital, Vitória, se destacou com o maior percentual de crescimento de compra desse tipo de veículo (195%), atrás apenas de Campinas (247%), em São Paulo.
A popularização dos veículos elétricos traz benefícios para a mobilidade sustentável. No entanto, é importante estar atento aos potenciais riscos que acompanham essa tecnologia. Um dos principais desafios enfrentados pelos proprietários e condomínios é a possibilidade de incêndios relacionados ao uso e carregamento desses veículos.
Antes de instalar carregadores em condomínios, é necessário realizar uma análise adequada da capacidade do sistema elétrico existente para evitar sobrecargas e riscos de incêndio.
Os condomínios que não possuem tomada de carro elétrico devem contratar um engenheiro elétrico especializado, que vai elaborar um laudo a partir de um estudo, como a análise da estrutura do condomínio para verificar a possibilidade de instalação das tomadas em cada vaga de garagem.
É também muito importante estar atento à potência da tomada. Há o carregamento mais rápido, que requer muito mais da energia da estrutura do condomínio, e o carregamento mais demorado, que leva entre duas e quatro horas, exigindo menos da estrutura do condomínio.
Para garantir a segurança nos condomínios de maneira geral, recomenda-se que o veículo esteja estacionado na vaga o mais longe possível da rota de fuga.
Se possível, instalar um sensor de fumaça para que seja alertado do início do incêndio e ficar fácil e possível o combate e extinção às chamas. As paredes das garagens entre as vagas e unidades habitacionais deverão ser do tipo corta-fogo, e que seja instalado hidrante de coluna nas proximidades das vagas para combater eventuais casos de incêndio em veículos elétricos.
Embora o carro elétrico esteja em alta no Brasil, as regras e normas oficiais ainda não foram definidas pelos órgãos competentes.
Por isso, é importante ressaltar que, mesmo com todas as orientações apresentadas, quando a regra for estabelecida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo (CBMES), tais orientações poderão não ter mais validade, e certamente sofrerão mudanças.
Dessa forma, condomínios e moradores precisarão seguir outras recomendações e o projeto deverá ser executado de acordo com as novas diretrizes.
*Patrícia Sperandio é vice-presidente do segmento de administração de condomínios da Ademi-ES
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