*Lucas Weber
Desde os primórdios tempos, a evolução faz parte da vida. É um processo inerente à condição humana e que, na maioria das vezes, trouxe incontáveis benefícios e melhorias para a qualidade de vida.
Enquanto arquiteto, cito como exemplo a transformação registrada nos locais de abrigo e moradia. Das cavernas pré-históricas às atuais residências, são inúmeras as mudanças registradas. Das casas de barro às de pedra, madeira, alvenaria; dos edifícios de apartamentos aos condomínios de casas. Há até aqueles mais arrojados, hoje em dia, planejando suas moradias em outros planetas.
Por toda essa linha de tempo, o objetivo das construções tem sido praticamente o mesmo: conceber e oferecer locais seguros, funcionais e confortáveis.
Agora, essa evolução ganhou um componente a mais: a velocidade com que novos modelos e formas de morar são desenvolvidos.
Graças às novas tecnologias, aumentou a capacidade de se criar soluções de moradia inovadoras e melhores, de forma rápida e eficiente. Também tem sido possível tornar as construções mais modernas, seguras, econômicas e sustentáveis.
Seguindo nesta esteira de evolução, agora desponta no meio construtivo uma nova abordagem para a criação de espaços para se viver, trabalhar e morar: a neuroarquitetura. Embora não seja uma novidade na área (ela está por aí desde a década de 1960), nos últimos anos ganhou destaque entre os profissionais de arquitetura e urbanismo, com resultados surpreendentes.
Combinando neurociência, arquitetura e design de interiores, a neuroarquitetura busca criar ambientes que atendam às necessidades físicas, emocionais e cognitivas daqueles que os utilizam. O objetivo é compreender como a arquitetura afeta o cérebro e o comportamento humano, e a partir daí gerar espaços que promovam a saúde mental e o bem-estar.
Já se sabe que ambientes de trabalho monótonos e pouco inspiradores podem afetar negativamente a motivação, a criatividade e a produtividade dos funcionários. Nos hospitais, cores suaves e iluminação adequada têm ajudado a tornar os ambientes mais terapêuticos e a reduzir estresse e ansiedade dos pacientes. Nas escolas, a neuroarquitetura tem contribuído para melhorar o desempenho acadêmico dos alunos ao criar, por exemplo, áreas verdes e espaços de aprendizagem diferenciados.
Melhorias que se estendem também às moradias. A escolha das cores, iluminação, texturas e espaços de movimento estão entre os elementos considerados pela neuroarquitetura para conceber ambientes acolhedores e saudáveis para as pessoas que vivem na casa.
A evolução tem nos mostrado o quanto a concepção dos espaços pode fazer as pessoas mais ou menos felizes e aumentar, ou não, o bem-estar social. E se há algo que todos nós queremos hoje em dia, com certeza, é viver bem, com mais energia, conforto e tranquilidade.
*Lucas Weber é arquiteto e diretor da Ademi-ES
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.