Análises semanais do setor de imóveis com especialistas da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-ES), Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-ES) e Sindicato Patronal de Condomínios (Sipces)

Otimização e compartilhamento de espaços empresariais

O recente evento da pandemia, mais uma vez, confirmou a capacidade que a sociedade tem de se adaptar para melhor atender às suas necessidades e anseios

Vitória
Publicado em 23/09/2024 às 17h51
imóvel comercial, escritório
Ao término da pandemia, um novo tipo de negócio surgiu no mercado imobiliário: o uso compartilhado de espaços corporativos. Crédito: Shutterstock

A terceira fase da revolução industrial, ocorrida no Brasil nos idos de 1960, marcada pela entrada de capital estrangeiro e pelo estímulo à produção de bens de capital, provocou o crescimento do êxodo rural, impactando diretamente a ocupação das cidades. Surgia, nessa época, o fenômeno do compartilhamento de espaços horizontais.

A partir desse acontecimento e da necessidade de crescimento das cidades, nasce a incorporação imobiliária, criada pela Lei nº 4.591 de 16 de dezembro de 1964, possibilitando a verticalização das moradias e regulamentando o seu modo de uso e compartilhamento.

Algumas décadas depois, em 2008, devido a uma conferência que ocorreria na cidade de São Francisco, EUA, três amigos, aproveitando a superlotação dos hotéis, resolveram compartilhar o uso dos cômodos de seus imóveis para também acomodar os visitantes. A ideia deu tão certo que, mais tarde, eles resolveram criar o Airbnb.

O recente evento da pandemia, mais uma vez, confirmou a capacidade que a sociedade tem de se adaptar para melhor atender às suas necessidades e anseios. Por conta do coronavírus e dos riscos inerentes a ele, fomos obrigados a promover mudanças no comportamento urbano, em especial no trabalho e na moradia, para nos adaptarmos à nova realidade. Entre essas mudanças, destaca-se o home office que, ao que tudo indica, veio para ficar.

Fato é que, ao término da pandemia, um novo tipo de negócio surgiu no mercado imobiliário: o uso compartilhado de espaços corporativos. Para evitar despesas e manter seus espaços ocupados, muitas empresas e profissionais liberais (médicos, dentistas, advogados), por exemplo, optaram por dividir seus escritórios, consultórios e outros espaços com profissionais do mesmo segmento.

O crescimento desse novo modelo de negócio despertou no mercado imobiliário a necessidade de construir espaços comerciais exclusivos para atender esse público, proporcionando aos usuários a comodidade de ter vários serviços e/ou profissionais no mesmo local.

Na mesma vertente seguem os grandes conglomerados de logística, espaços planejados e construídos para atender os mais diversos segmentos, cada qual com sua atividade específica, verdadeiros condomínios horizontais que proporcionam segurança, comodidade e redução de custos para as empresas.

Esses espaços colaborativos, na verdade, já deixaram de ser tendência e se firmam como uma opção inovadora e racional de ocupar espaços de trabalho, pois oferecem redução de custos, além de serem mais uma oportunidade de negócio para o mercado imobiliário.

Enfim, compartilhar espaços é sinônimo de inteligência e uso racional da propriedade. Mas nem tudo está consolidado neste mais recente modelo de compartilhamento de espaços. Há desafios que precisam ser vencidos para que essa boa nova prospere sem entraves. A regulamentação é um deles, mas há outros, como a gestão e o zelo pelo bem comum.

Portanto, compartilhar espaços é sinônimo de inteligência e uso racional da propriedade, mas é necessário definir limites e estabelecer deveres e direitos que assegurem um bom ambiente de trabalho para todos.

Gilmar é vice-presidente da Ademi
Gilmar Custódio: "Compartilhar espaços é sinônimo de inteligência e uso racional da propriedade”. Crédito: Ademi/Divulgação

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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