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Por que a comunicação nos condomínios é importante?

O poder da comunicação assertiva pela administração condominial reduz e melhora a gestão do condomínio; ela é uma síntese do síndico eficiente e comunicador

Vitória
Publicado em 24/07/2023 às 12h10
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Uma administração condominial deve utilizar uma comunicação clara, pró-ativa, capaz de antecipar-se a problemas ou conflitos. Crédito: Shutterstock

*Gedaias Freire da Costa

Na música “Do Muito e do Pouco”, de autoria de Zé Ramalho, em bela interpretação com Oswaldo Montenegro, um trecho da canção afirma “em terra de cego quem tem um olho é rei, imagine quem tem os dois”. Vamos utilizar esta frase para abordar o tema desta coluna: o poder da comunicação assertiva pela administração condominial reduzindo conflitos e melhorando a gestão do condomínio, uma síntese do síndico eficiente e comunicador. Um olho na gestão, outro na comunicação.

Para Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, “60% de todos os problemas das empresas resultam de falha na comunicação”, de forma que a relevância do tema ganha destaque. Condôminos bem informados, com conhecimento das regras internas, temos menos conflitos. Dessa forma, a harmonia deve imperar na convivência entre os moradores, devendo ser o objetivo de toda gestão realizada pelo síndico.

É preciso aplicar na comunicação o pensamento da pedagoga Taci Goes: “que as nossas palavras, nossos gestos, nossas ações façam a diferença na vida das pessoas. Porque essa vida só tem sentido se for realmente fazer o bem”.

Logo, uma administração condominial que tem como premissa implementar uma gestão de pessoas envolvendo moradores, colaboradores e prestadores de serviços deve utilizar uma comunicação clara, pró-ativa, capaz de antecipar-se a problemas ou conflitos, ou seja, citando Rute Bebermeyer, “palavras são janelas ou paredes, elas nos condenam ou nos libertam”.

Poder educativo

O condomínio que faz uma comunicação eficiente com os condôminos, focando nas regras internas, tem o poder educativo ao disseminar as normas aprovadas pelos mesmos, mas lamentavelmente, não internalizadas, sequer lidas, ou simplesmente ignoradas. Se estas regras são antigas, faça-se a atualização, leve para assembleia. Modernizar-se é preciso.

A comunicação deve focar em dicas para evitar conflitos, bem como demonstrar ações que o condomínio pode adotar para antecipar-se a eventuais conflitos, ou seja, a atuação conciliadora ou pacificadora do síndico ganha relevância, imprime uma dinâmica própria. Com isso, demonstra credibilidade e transparência, princípios fundamentais para qualquer gestão.

No exercício da comunicação deve o síndico saber ouvir as demandas dos moradores e colaboradores, realizar assembleias com informações claras e objetivas, dar ciência aos condôminos de ações administrativas e judiciais movidas contra o condomínio. Ser transparente na gestão, prestando contas com relatório do já realizado e a realizar-se, dentre tantas outras ações comunicativas, fazem a diferença.

Deve o síndico antenado com estes propósitos ser um agente de transmissão de conhecimentos, divulgar fatos relevantes para seu público, para isto, pode divulgar artigos e matérias de fontes confiáveis. Neste sentido, acessando o site do Sipces terá à sua disposição uma gama de informações imprescindíveis para sua gestão da comunicação.

Atendendo ao princípio da sustentabilidade ambiental e ecológica, deve ainda o síndico dispensar o uso de papel. A comunicação deve ser enviada via e-mail, redes sociais e WhatsApp, de forma que a informação possa chegar mais rápido aos moradores e colaboradores.

Bom projeto de comunicação

O condomínio deve planejar e implementar um bom projeto de comunicação, colocando informações claras e reduzidas nos elevadores, quadros de avisos e outros locais onde a circulação de moradores permita fácil acesso.

Pode ser adotado uso de aplicativos para realização das informações e recebimento de demandas dos moradores. Os meios são os mais variados, o importante é fazer circular o que se deseja comunicar.

Neste processo de comunicação não pode ocorrer contradições, agressividades ou violência, ao contrário, deve ser aplicado os ensinamentos da comunicação não violenta. No livro “Comunicação Não Violenta”, o autor Marshall Rosemberg nos ensina que na comunicação não violenta “somos levados a nos expressar com honestidade e clareza, ao mesmo tempo que damos aos outros uma atenção respeitosa e empática.

Em toda troca, acabamos escutando nossas necessidades mais profundas e a dos outros”, ou seja, “é uma forma de comunicação que nos leva a nos entregarmos de coração”.

O assunto não se encerra aqui. Como dizia o velho guerreiro Chacrinha, “quem não se comunica, se trumbica”. Comunicar é a alma do negócio, o pilar que sustenta uma gestão condominial transparente e sintonizada com os interesses ou necessidades dos moradores.

Síndicos e administradoras de condomínios, exerçam a arte da comunicação, fonte inesgotável de aprendizado e transmissão do conhecimento.

*Gedaias Freire da Costa é presidente do Sipces.

Presidente do Sipces, Gedaias Freire da Costa
Gedaias Freire da Costa: “No exercício da comunicação, deve o síndico saber ouvir as demandas dos moradores e colaboradores” . Crédito: Sipces/Divulgação

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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