Novos arranjos familiares, transformações nas relações interpessoais e com o meio ambiente nos levam a uma mudança na forma de viver no nosso lar, o que tem impacto no mercado imobiliário.
De acordo com a Pesquisa Estatísticas do Registro Civil de 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros estão se casando cada vez menos e se divorciando cada vez mais. As pessoas estão demorando mais para casar e o tempo de duração das uniões também vem diminuindo ao longo dos anos.
De 2021 a 2022, o número de casamentos até cresceu, mas ainda continuou abaixo da média histórica (1.076.280). Em 2022 foram registrados 970.041 casamentos – dos quais 11.022 entre pessoas do mesmo sexo.
O tempo médio de casamento também vem caindo. Em 2010, era de cerca de 16 anos. Em 2022, o número caiu para 13,8 anos. Em relação aos divórcios, ainda em 2022, a pesquisa apurou 420.039, o que representa um aumento de 8,6% em relação ao total contabilizado em 2021 (386.813).
Os dados apresentados acima contextualizam as novas configurações amorosas e familiares pelas quais o país passa. A questão é: como essa realidade social impacta o mercado imobiliário?
Separações e novos casamentos provocam o aumento pela busca de imóveis de diferentes tipologias: do estúdio para as pessoas que optam por viver sozinhas ou mesmo casais sem filhos, passando pelos imóveis maiores para atender às famílias recompostas ou quem tem guarda compartilhada e deseja um espaço para receber os filhos.
O fato é que investir no imóvel, independente da formação familiar, é o porto seguro de todos. Nós, enquanto indivíduos e sociedade, precisamos encontrar um lugar de pertencimento e de identidade.
Como já disse em outras oportunidades que tive de escrever para esta coluna, do ponto de vista econômico, investir em imóveis é uma aplicação financeira de baixo risco e com alto potencial de retorno. Grande parte das pesquisas recentes apontam para esta valorização.
Um aspecto interessante que devemos analisar quando nos deparamos com estas novas relações afetivas e arranjos familiares é a maneira como as pessoas desejam morar e o que buscam ao adquirir um imóvel.
Paradoxalmente, vivemos uma sociedade hiperconectada, dinâmica e frenética na rotina, e almejamos praticidade e facilidades no dia a dia que nos proporcionem independência.
Enquanto alguns querem momentos de sossego, apreciando cada canto do seu imóvel ou da parte do lazer onde reside, outros desejam estar em contato com parentes e vizinhos optando por desfrutar destes espaços sempre de forma coletiva.
O segundo aspecto que vem ganhando mais importância e que vale ressaltar é a conscientização ambiental. Cada vez mais informadas e preocupadas com as questões climáticas que afetam o planeta e o futuro das próximas gerações, as pessoas estão mais atentas a imóveis que apresentam projetos com construções verdes, uso eficiente de energia, reaproveitamento de água e utilização de materiais sustentáveis.
A crescente conscientização ambiental impulsiona o mercado imobiliário sustentável e se torna um critério de escolha entre as famílias.
As transformações do contexto familiar no país, somadas à mudança de mentalidade em relação à forma como desejamos viver, à busca por equilíbrio entre o ritmo acelerado do dia a dia e à qualidade de vida para aproveitar o tempo livre, seja ao lado de quem amamos ou sozinho, impactam diretamente o mercado imobiliário.
Construtoras e empresas do setor vêm se adaptando a esta nova realidade social, criando produtos inovadores que proporcionam condições de vida que contemplem os desejos dos consumidores.
Por isso, respeitar, entender e acolher o novo espectro familiar que se apresenta é fundamental para o setor imobiliário e toda a rede de serviços que ele abarca.
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