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Minério e petróleo puxam saldo positivo do comércio exterior do ES

Espírito Santo está em 10º lugar no ranking dos Estados que mais exportam e na 9ª colocação entre os que mais importam, apesar do mercado turbulento

Publicado em 02/09/2019 às 02h50
Atualizado em 02/09/2019 às 05h59
Produção de minério da Vale. Crédito: Vale/Divulgação
Produção de minério da Vale. Crédito: Vale/Divulgação

O Espírito Santo está conseguindo vencer obstáculos do comércio exterior. Acumula saldo (exportações menos importações) de US$ 768,62 milhões de janeiro a julho. Está em 10º lugar no ranking dos Estados que mais exportam, e na 9ª colocação entre os que mais importam.

2019 está sendo um ano atípico no comércio internacional, pelas dificuldades: mercado turbulento, em função do aumento da tensão entre Estados Unidos e China; onda de valorização mundial do dólar (a queda da moeda chinesa, yuan, para nível mais baixo em 11 anos causou depreciação de várias moedas em países emergentes, afetando transações globais); e desaceleração da economia do planeta. Para o Espírito Santo, um impacto negativo a mais: o efeito Brumadinho, que reduziu as exportações de minério de ferro – principal item da pauta capixaba de embarques.

Mesmo assim, de janeiro a julho as exportações de minério de ferro (US$ 1,16 bilhão) e de petróleo

(US$ 667 milhões) foram as maiores responsáveis pelo saldo da balança comercial capixaba. Representaram 43% do valor total dos produtos embarcados, US$ 4,25 bilhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do governo.

Outros destaques nas exportações foram semimanufaturados de ferro/aço (US$ 644 milhões), celulose (US$ 365 milhões) e café (US$ 295 milhões).

Recorde

Puxada por minério e petróleo, a participação dos produtos básicos nas exportações pelo Estado atingiu recorde histórico na virada do primeiro para o segundo semestre. Quase dobrou. Passou de 35,80% em junho para 66,37% em julho. Em contrapartida, os semimanufaturados perderam espaço nos embarques.

Variações

Esse quadro realça variações do mercado internacional em período de instabilidade. Amanhã pode mudar.

Conilon

Outro destaque da balança comercial em julho foi o conilon: o Espírito Santo exportou o maior volume mensal desse café em sua história: 573.717 sacas. O recorde anterior era de 546.769 sacas alcançado no século passado, em agosto de 1991.

Mercado cresce

Havendo safra, tem comprador. O consumo mundial de café atingiu 165 milhões de sacas neste ano, um crescimento de 2% em relação a 2018.

Solúvel

Aliás, o conilon, responsável por 35% do PIB agrícola capixaba, tem potencial para tirar muito proveito do acordo Mercosul/União Europeia. O solúvel, hoje tarifado em 9%, terá imposto zerado para entrar na Europa. E “falou em solúvel, falou em conilon”, diz Jorge Nicchio, presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória.

O dobro

A propósito do acordo Mercosul/UE, vale lembrar que em 2018 o Espírito Santo vendeu cerca de US$ 1,5 bilhão para o mercado europeu. Esse valor pode dobrar com o deslanchamento do acordo de livre comércio. Diversos produtos da agropecuária estão na mira.

Associação

Aliás, a nossa produção agropecuária também tende a ser beneficiada com o recém-firmado acordo entre Mercosul e Efta (Associação Europeia de Livre Comércio). Terão isenção de impostos no bloco formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, cujo PIB é de U$S 1,3 bilhão.

Esperanças 

Para o Espírito Santo que tem a economia atrelada ao exterior, os acordos comerciais são esperanças vivas de crescimento. Um dos mais cobiçados é o do Brasil com os Estados Unidos, eliminando barreiras tributárias. Mas, depende, dentre outros fatores, da reeleição de Trump.

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