2020 foi um ano atípico para muitos setores, inclusive para o mercado de vinhos. A pandemia fez com todos tivéssemos que nos reinventar. Pipocaram as lives e os perfis nas redes sociais direcionados ao universo de Baco, foram inúmeras as aulas online disponíveis e muitos vinhos chegaram pelo correio para que as degustações e os encontros continuassem acontecendo.
Teve quem não conseguiu se adaptar, mas nada que tenha impedido o consumo, pelo contrário: o vinho foi eleito a bebida da pandemia e os números são bastante positivos para o mercado. O brasileiro nunca bebeu tanto como em 2020.
Tá certo que ainda é um número baixo em relação a outros países com tradição no consumo de vinho, mas o aumento do consumo no Brasil já representa quase uma garrafa por pessoa. Segundo dados da Ideal Consulting, que pesquisa o setor, até setembro deste ano foram consumidos 2,68 litros per capita, um crescimento de 26% comparado ao ano anterior.
De acordo com a Wine Intelligence, no Brasil, de 2019 para cá, 3 milhões de novos consumidores passaram a beber vinho ao menos uma vez por mês. Além desse hábito criado em muitos que não consumiam vinho com regularidade, o isolamento social trouxe também algumas novas oportunidades que sinalizam tendências de mercado para 2021. Veja a seguir:
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DEGUSTAÇÕES VIRTUAIS
A possibilidade de realizar encontro de vinho virtual era impensável antes da Covid-19. No entanto, os eventos online permitiram uma aproximação ainda maior com sommeliers, vinícolas e enólogos de todas as partes do mundo, e de forma muito mais ágil, privativa e econômica. Certamente é uma tendência que veio para ficar, mesmo depois da vacina.
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COMPRAS ON-LINE
Com a restrição das idas aos supermercados e às lojas especializadas, o e-commerce cresceu. Vinícolas e importadoras também passaram a realizar vendas diretas. Muitas empresas investiram em logística e em canais online para engajar seus consumidores e aproximá-los cada vez mais de quem está por trás do produto. A compra direta com o produtor pela internet deve aumentar ainda mais, principalmente entre vinícolas menores e não tão conhecidas. Assim como as compras coletivas entre os enófilos que se reúnem para minimizar o valor do frete e facilitar o envio das garrafas.
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VINHO NACIONAL EM ALTA
O ano de 2020 também trouxe uma ótima oportunidade para o mercado de vinhos nacionais. Com o dólar mais alto, o vinho importado ficou mais caro. O vinho nacional tornou-se mais competitivo: houve um aumento de 27,8% na escolha de garrafas nacionais. O levantamento é de uma pesquisa da Organização Internacional de Vinícolas e Vinhos (OIV). É o momento ideal para as vinícolas nacionais conquistarem cada vez mais os consumidores brasileiros, e vale lembrar que o Brasil teve, em 2020, uma das melhores safras da história. E promete!
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NATURAIS, BIODINÂMICOS E ORGÂNICOS
Os vinhos orgânicos simples, biodinâmicos e naturais estão ganhando cada vez mais espaço na preferência dos consumidores. Normalmente produzidos de maneira sustentável, possuem um sistema de base ecológica muito melhor para o meio ambiente e são vistos como uma grande aposta para o futuro da indústria. Além das opções mais naturais, os consumidores também estão buscando brancos aromáticos, vinhos mais frescos, exemplares com baixo teor de álcool e tintos com menos taninos.
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VIDROS LEVES E LATAS
De acordo com a Wine Intelligence, a embalagem do vinho também conta. As garrafas feitas com vidro mais leve e que possuem rolhas com emissão zero de carbono terão destaque nas escolhas dos consumidores. Outra opção que também ficará em alta são os vinhos em lata. Segundo a pesquisa, a bebida enlatada, que já faz grande sucesso no Estados Unidos, deve ganhar mais espaço no Brasil. Considerada uma alternativa mais prática para algumas ocasiões, a embalagem é 100% reciclável.
Seguiremos juntos em 2021 em busca de novidades e de mais conhecimento para bebermos cada vez melhor, democratizando o consumo dessa bebida tão apaixonante que é o vinho.
Um lindo ano e tintim!
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