Costumo dizer que existem vinhos para todos os gostos e bolsos, mas sabemos que alguns acabam custando muito mais do que outros. O que determina isso envolve todo um custo de produção, que vai desde a escolha das uvas e dos tipos de barris e de rolha utilizados até o valor da terra onde as uvas estão plantadas.
Todos esses fatores, e alguns outros mais, contam. Fato é que determinados rótulos têm uma reputação ímpar. Fica difícil até dizer se são caros ou não, e muitas vezes seus preços são calculados considerando aspectos, digamos, imponderáveis.
Mas sempre há quem tenha disposição (e muita bala na agulha, claro) para desembolsar cifras astronômicas por uma única garrafa. Os preços são de cair o queixo, mas quando conhecemos a história dos vinhos mais caros e desejados do mundo, podemos nos encantar e ver sentido nesses valores.
A seguir, falo sobre cinco rótulos icônicos e extremamente valiosos. Mas por que clássicos como esses são cultuados pelos apreciadores de vinho? Conheça alguns motivos:
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01
Château Mouton Rothschild (França)
Em 2020, o Château Mouton Rothschild foi o vinho mais buscado no aplicativo Wine Search, um dos mais usados por enófilos e interessados na bebida. O rótulo francês é o único da história de Bordeaux elevado à categoria Premier Grand Cru Classé. Esse sistema de classificação foi criado em 1855, a pedido do então Imperador da França Napoleão Bonaparte, para que vinhos superiores pudessem ser encontrados entre os melhores da região. O Mouton Rothschild entrou para a lista em 1973 e a garrafa é vendida hoje por R$ 12 mil, em média.
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02
Champagne Dom Pérignon (França)
Ícone da região de Champagne, a famosa bebida leva o nome do monge que descobriu o processo de criação dos espumantes. Esse champanhe é elaborado unicamente em anos de safras excepcionais, a partir das castas Chardonnay e Pinot Noir e de vinhedos selecionados entre os melhores da região. Para se ter uma ideia, cada garrafa de Dom Pérignon leva nove anos em sua elaboração até chegar ao mercado, podendo alcançar o valor de R$ 4 mil, de acordo com a safra.
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03
Château Petrus (França)
Trata-se de um mito. Não é raro ver celebridades famosas ostentando uma garrafa de Petrus por ser um dos mais cultuados, raros e caros do mundo. Curiosamente, é um vinho produzido 100% com a uva Merlot, julgada por muitos por originar vinhos de consumo rápido e de baixo tanino. Mas isso depende do local de cultivo da uva, e na região de Pomerol, na França, ela mostra todo o seu potencial. Um Petrus é capaz de evoluir por décadas. Recentemente, uma notícia publicada no site Olive Press conta que, em Madri, uma jovem britânica usou um Petrus que o pai guardava há 18 anos para preparar sangria para amigos em uma festa. Ela não fazia ideia do preço do vinho, que chega a custar o mesmo que um carro popular, por volta de R$ 35 mil.
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04
Sassicaia (Itália)
O primeiro vinho não francês da lista de clássicos e caríssimos é o italiano Sassicaia, que também está entre os mais buscados no aplicativo Wine Search em 2020. É um pioneiro entre os Supertoscanos - rótulos que fogem ao blend tradicional da região da Toscana, que tem a Sangiovese como uva local permitida. O Sassicaia é elaborado apenas com uvas francesas: 85% de Cabernet Sauvignon e 15% de Cabernet Franc. O vinho passa por um período de envelhecimento de pelo menos dois anos a partir de 1º de janeiro do ano seguinte à colheita. Somam-se a esse tempo 18 meses em barricas de carvalho francês. Em uma busca rápida pela internet, achei um exemplar da safra 2011 por R$ 5.999,99.
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05
Opus One (EUA)
Para não dizer que só há vinhos europeus na lista, finalizo com um rótulo da Califórnia, representando os vinhos do Novo Mundo. O Opus One é assinado por Baron Philippe de Rothschild e Robert Mondavi - este responsável por importantes inovações que colocaram os EUA no mapa vinícola mundial. O rótulo é um típico corte bordalês, com grande proporção de Cabernet Sauvignon e pequenas parcelas de Merlot, Petit Verdot, Cabernet Franc e Malbec. Os percentuais de cada casta variam conforme a safra dos vinhedos biodinâmicos da vinícola. Uma garrafa de Opus One chega a custar R$ 12 mil.
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