Vinho rosé não é doce e também não é bebida de mulher só porque tem cor rosa. É uma pena que existam esses estereótipos - e sorte a de quem não se deixou levar por eles e desfruta de bons rosés para provar o contrário.
A cor é rosa devido ao contato do líquido com a casca da uva durante a elaboração do vinho. Quanto mais intensa a coloração, mais grossa é essa casca ou por mais tempo houve esse contato durante a maceração.
Os rosés também podem ser produzidos com corte, misturando dois ou mais vinhos tintos e brancos. Fica a critério do enólogo determinar qual técnica será utilizada. Mas se a região tiver alguma apelação de origem, como existe na Provence, França, onde nasceram os rosés, é preciso seguir à risca os métodos de elaboração.
Na França, o vinho rosé é pop, super badalado e muito comum nas mesas de bistrôs, bares e restaurantes. São três as uvas que merecem destaque na produção do rosé francês: a Grenache, a Cinsault e a Mourvédre.
Se essas uvas fossem usadas para produzir vinhos tintos varietais (aqueles feitos de um só tipo de uva), eles seriam mais encorpados, o que não combinaria com o clima e a culinária da região, rica em frutos do mar, vegetais e saladas.
A solução então foi pensar em um vinho que sensorialmente ficaria entre o tinto e o branco, bem longe de tratar-se de um tinto diluído e por isso mais leve.
Podemos encontrar bons rosés em outras regiões também. Na Itália, são comumente vistos como o vinho de mesa, e na Toscana, surgem com a uva Sangiovese. Em Portugal existem os famosos rosados do Douro, das regiões de Estremadura e Ribatejo.
No Brasil, e também em outros países da América do Sul, encontramos rosés mais encorpados, geralmente elaborados com Syrah e Cabernet Sauvignon - esses nem sempre tão clarinhos e leves como os da França.
No geral, um vinho rosé não tem muita complexidade, e isso faz com que seja mais fácil apreciá-lo mais gelado e sem compromisso. Por isso, lembramos dele no verão.
Os aromas florais e de frutas vermelhas são os mais característicos dos rosés, mas a grande vantagem é a facilidade de harmonizá-los: são sempre muito frescos, com uma acidez viva e que não se sobrepõe à comida. São boas companhias até para um churrasco de domingo.
Acho que já deu para você perceber o quanto sou fã de vinhos rosés, e espero ter lhe convencido caso tenha preconceito com o estilo. Prove, e saberá o quanto é fácil gostar deles. Confira aí três dicas imperdíveis:
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01
Herdade Grande Origens Rosé
Feito com a uva aragonês e bastante intenso , é um rosé não tão leve, de aromas que lembram desde melancia até doces de framboesa. No paladar, a fruta também aparece bastante. A acidez é moderada. Bastante macio e atraente, dá para bebericar sem acompanhamentos, ou servir de entrada em uma festa. Eu apostaria em comidas agridoces, como algumas opções orientais, e peixes também combinam bem. Quanto: R$ 45,90, no supermercado EPA (Reta da Penha).
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02
Pericó Juliette Rosé
Um rótulo nacional de altitude, da Serra Catarinense, para acompanhar bons pratos e boas conversas. A ilustração na garrafa com flores traz a festividade proposta pela vinícola, sinalizando que se trata de um vinho com bastante personalidade. Sua acidez bem pronunciada comprova que o vinho vem de uma região mais fria, e o aroma, bem gostoso, traz fruta tropical (goiaba) e um toque de rosas. Elaborado com Cabernet Sauvignon e Merlot, já está pronto para o consumo, é só gelar. Quanto: R$ 111, na Seleção Terroir.
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03
Viejo Feo Pinot Noir Rosé
Exemplar chileno da região do Maule, produzido com Pinot noir, o Viejo Feo é bastante frutado, suave e leve em boca. O aroma de cereja predomina e nos leva a pensar que encontraremos um vinho mais adocicado. Mas na boca surgem os sabores de especiarias que contrastam e equilibram o conjunto de forma surpreendente. Excelente para harmonizar com saladas, queijos suaves e carnes brancas grelhadas. Seu final em boca é muito refrescante e marcado por frutas. Quanto: R$ 85, na Wine Spot Adega.
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