A desigualdade de gênero entre homens e mulheres, nas ocupações de espaço de poder, de modo especial em cargos do Legislativo e do Executivo Capixaba, reflete na forma como os homens tratam e veem as mulheres em nossa sociedade.
O modelo institucional de dominação masculina surge de um fator cultural, em que para a mulher, foi reservado o espaço “privado” para ser mãe, esposa e dona de casa. Nesse modelo de sociedade, chefiado pela figura masculina, a política era reservada somente ao homem.
Apesar dos avanços em vários campos dos direitos humanos, essa cultura de poder e dominação sobre os corpos das mulheres, a ponto de um homem supor que pode eliminar a companheira, é uma realidade da nossa sociedade capixaba.
E a face cruel dessa realidade pode ser constatada devido ao aumento da violência contra a mulher, que nos últimos anos coloca o Espírito Santo como campeão desse tipo de crime, e o pior que acontecem em sua forma mais perversa, com casos bizarros de extermínio de mulheres.
Esse urgente problema social deixa um rastro de sangue e marcas profundas na sociedade, que exige das autoridades a produção de politicas públicas, com resultados claros, para sanar essa “moléstia” social que dizima a vida de muitas capixabas.
Segundo as Nações Unidas, as motivações mais comuns dos homens agressores envolvem o sentimento de posse sobre a mulher, o controle sobre seu corpo, desejo e autonomia, a limitação da sua emancipação profissional, econômica, social ou intelectual. É possível constatar que a pouca representação política feminina também advém desta necessidade de controle sobre as mulheres.
Para solucionar essa preocupante moléstia social, os governos e a sociedade devem tratar a desigualdade e a discriminação de sexo e de gênero e suas consequências, como uma violação de direitos humanos gravíssima e punir com urgência, em todas as esferas, os crimes de feminicídio.
Para isso, torna-se indispensável à atuação das mulheres em postos de comando de gestão e políticos. Assim poderão atuar para usar de espírito crítico e propositivo na elaboração de leis e programas, com a finalidade de reverter o atual quadro cultural e político a que a maioria das mulheres estão submetidas.
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Este é o desafio: aumentar o número de mulheres na representação política e nos espaços de poder, para garantir a manutenção da democracia e da cidadania mais igualitária e participativa. É preciso que os gestores de políticas públicas aumentem o envolvimento e o engajamento de mulheres em instancia de tomadas de decisão.
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