Neste momento, a Islândia só tem uma pessoa internada por Covid-19. Do início da pandemia, em fevereiro de 2020, até esta quarta-feira (17), o país da Europa registrou 29 mortes e pouco mais de 6 mil casos da doença em todo seu território. Por essas estatísticas, a região é chamada de “universo paralelo” pelos especialistas pela boa condução do governo e da população na erradicação do coronavírus. Mas grande parte desse sucesso é atribuído à educação e conduta do povo diante do inimigo invisível.
Moradora da Islândia há mais de uma década, a influenciadora Joanna Maria Senna, natural de Cedrolândia, região de Nova Venécia, no Norte do Espírito Santo, diz que a população nem sequer precisou de um lockdown severo para seguir os protocolos de segurança. Hoje, a vida por lá é totalmente normal – a não ser pelo uso de máscara, que segue obrigatório por tempo indeterminado.
“Aqui é muito diferente do Brasil nesse sentido. Se o governo falar que não pode pular em tal lago porque tem tubarão, ninguém vai pular. Se falar que não pode sair de casa ou fazer tal coisa, ninguém vai fazer. As pessoas têm esse senso de respeito que é incomum no brasileiro”, opina ela, que é casada com um engenheiro islandês que esteve de home office forçado por conta da pandemia do vírus.
Joanna Maria Senna
Influenciadora
"Todo mundo respeita muito o distanciamento, o isolamento. No início, o islandês teve uma relutância com a máscara, mas quando o governo impôs o uso, ninguém desrespeitou mais. Acho que o segredo para estarmos tão bem como estamos é a obediência "
Ela, que já teve a história de vida contada pela coluna com exclusividade, lembra que o esposo foi orientado a se manter totalmente isolado em casa por quatro meses, no ano passado. Ele também segue de home office na maior parte de sua jornada laboral e só se apresenta na repartição em que atua quando é previamente solicitado. “Ele é engenheiro e é funcionário do governo, então é tudo ainda mais rígido pelo exemplo que tem que ser dado”, reitera.
Mas desde o início da pandemia, mesmo nos picos da doença que o país enfrentou, nenhuma atividade teve que ser totalmente paralisada por muito tempo, como a capixaba aponta. “As escolas, para não dizer, ficaram alguns dias totalmente fechadas. Mas por poucos dias. E hoje a vida é normal completamente. A gente só usa a máscara sempre, da porta de casa para fora, e tem álcool em gel por tudo quanto é lado”, pondera.
TURISTAS E VACINA
Turistas também já estão permitidos na Islândia. Se você já estiver vacinado, basta mostrar o comprovante da imunização na imigração europeia. Se não tiver sido vacinado, é obrigado a ficar 14 dias isolado. “Mas quem não tomou a vacina já nem vem. Porque ficar 14 dias em um quarto de hotel ou apartamento alugado sem poder sair é um custo que raramente alguém vai querer bancar. E as autoridades fiscalizam, sabem se você está cumprindo mesmo a quarentena, que é obrigatória, ou não”, analisa.
Sobre a vacinação, Joanna conta que a Islândia chegou a iniciar a imunização da população com a vacina da AstraZeneca, que no Brasil é produzida pela Fiocruz em parceria com a Oxford. No entanto, nesta semana, a capixaba confidencia que o governo suspendeu o plano de vacinação por casos suspeitos de trombose que surgiram na União Europeia.
Algumas pessoas que receberam as doses da vacina da AstraZeneca na Europa apresentaram trombose após a imunização, o que acendeu um alerta nos governos europeus. Espanha, Suécia, Letônia, Áustria, Islândia, Luxemburgo, Bulgária, França, Alemanha, Portugal, Dinamarca e Noruega são alguns dos mais de 20 países que decidiram paralisar a aplicação do imunizante do laboratório do Reino Unido.
Por enquanto, não há previsão de retomada das ações de imunização com esses insumos nos países que decidiram parar com a aplicação.
“Eu já estava quase para receber a vacina quando aconteceu isso. E aí todos ficaram muito preocupados, a própria população questiona a segurança de se tomar essa vacina especificamente”, finaliza.
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