Depois de anos atuando na área de formação, como administradora de empresa, Priscila Porto passou uma temporada ao lado do marido, Lucas Moreira, em Foz do Iguaçu e decidiu: quando voltasse ao Espírito Santo, ela iria investir em um negócio próprio.
Na ocasião, há cerca de quatro anos, comprou produtos cosméticos e maquiagem que começou a vender no porta-malas do carro, de porta em porta. Hoje, é dona de maison que tem até linha própria com duas unidades, em Vitória e Vila Velha. Mas até chegar onde está, Priscila ainda passou por um showroom em Jardim Camburi, onde mora atualmente. Agora, a bonita é considerada verdadeira rainha contemporânea do beauté no Estado, já que faz sucesso também na web.
“Comecei com uma gama infinitamente menor do que a que tenho hoje. No início buscava trazer mercadoria que era mais difícil de encontrar, sabe? Iguais a esses produtos que a gente vê em Instagram. E os clientes adoravam”, lembra.
Ela, que atualmente dá emprego a oito funcionários diretamente, ainda avalia que sempre manteve um serviço com diferencial que, em meio à pandemia do novo coronavírus, fez toda a diferença. Priscila nasceu do delivery. Vendia pelo WhatsApp e levava a mercadoria até a casa do cliente – prática que não quis acabar mesmo quando abriu a loja.
“Sempre achei que era uma opção muito boa. E nesse momento de quarentena pelo surto da Covid-19 esse serviço aumentou muito, já que estamos com atendimento limitado e não abrindo todos os dias”, reitera.
INFLUÊNCIA DO BEM
Há um ano, a jovem de 28 anos foi mãe pela primeira vez – e única, como ela confidencia à coluna. Priscila deu à luz Alice, que nasceu com a Síndrome de George, considerada bastante rara pela comunidade. “Mas já me falaram que é mais comum do que imaginam. Como ela (a doença) pode se manifestar em versões menos agressivas, como é o caso da Alice, muitos pais nem sabem que os filhos são portadores dela”, explica. Assim que nasceu, a menininha ficou três meses internada até ser liberada da UTI infantil.
Alice precisou se submeter a duas cirurgias gástricas logo nos primeiros meses de vida para parar com um refluxo severo – uma das manifestações da síndrome. Recentemente a pequena recebeu alta da fonoaudióloga e, daqui para frente, os pais só precisam ficar de olho no desenvolvimento dela. “Ela se alimentou por sonda, então não sabia como mamar, por exemplo. Por isso precisou desse trabalho com a fono e fisioterapia”, conclui.
A herdeira é acompanhada periodicamente por uma geneticista de São Paulo, que também já realizou exames em Priscila e no marido para investigar se a causa da doença era genética – o que acabou não se confirmando. “Nós já fomos procurados até por equipes de faculdades que queriam estudar o caso da Alice pela doença ser rara e, muitas vezes, nem sequer ser diagnosticada”, lembra, reforçando a complexidade da síndrome.
Volta e meia, respeitando as regras do isolamento pela Covid-19, Alice acompanha Priscila na filial de Jardim Camburi da loja, onde fica seu escritório, mas a empresária evita: “Tenho todo o cuidado com ela, apesar de a imunidade dela estar sempre em dia”.
No último dia 20 deste mês, Alice ganhou até festa de aniversário, que na verdade foi celebrado em 24 de março. Os pais da menininha montaram um cenário de “Alice no País das Maravilhas” na sala de casa e confraternizaram com a aniversariante a nova idade.
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