Um vídeo do Tik Tok que viralizou após ser compartilhado no Twitter, publicado no último dia 21, trouxe resposta a uma dúvida que, com certeza, é a de muita gente. O capixaba tem sotaque? A gravação com dezenas de milhares visualizações não só respondeu que "sim" como cravou que as entonações que os nascidos no Espírito Santo usam são as mais "neutras" e "melhores de todo o Brasil".
Confuso? A coluna tenta explicar. O autor da filmagem defende que, justamente pela ausência de um sotaque - tal qual conhecemos (como o do Nordeste, que possui características claras) - é que o modo de falar capixaba é o que menos se torna marcante para quem o escuta. Mas o apresentador da gravação claramente usa a expressão "sotaque capixaba", que confirma a tese de que, sim, caro leitor, nascidos no Estado têm um jeito próprio de falar.
Na filmagem (disponível no fim desta publicação), um senhor surge com um fundo montado e começa explicando que faz aulas de canto e tem experiência em corais. Para justificar sua afirmativa, ele disse que procura usar o sotaque capixaba nas apresentações por recomendação de profissionais.
O autor da gravação, que diz que é nordestino (e realmente possui um sotaque característico do Nordeste), diz que o jeito capixaba de falar também é o "recomendado para apresentadores de telejornal".
FALA POLÊMICA
É claro que as afirmações feitas no vídeo do post não passariam imunes às opiniões da internet. Na publicação feita no Twitter, vários moradores e não do Espírito Santo avaliaram o conteúdo do material.
"Eu sempre disse que não temos sotaque, viu?", disse um internauta, marcando amigos na resposta. "Eu falando que você tem, sim, sotaque, amor", escreveu outro, mostrando o vídeo para a eleita.
Um outro internauta, se dizendo capixaba, saiu em defesa do sotaque que alega ter: "Eu sou capixaba e nós temos sotaque, sim. Exemplo, fale o número '12' e vai perceber que falamos 'douze'. Assim é o com número '3' e a palavra 'vocês".
VARIANTE LINGUÍSTICA
A coluna aproveita a oportunidade para lembrar aos leitores que, na fala, não há "certo" ou "errado". A Língua Portuguesa, como já dizia a professora que ensinou este colunista, Waldívia Ceccon, prevê variantes linguísticas e a chamada adequação. Em outras palavras, o correto é observar se aquele modo de falar está ou não apropriado para aquele determinado ambiente ou conversa. Nesse contexto, o modo de falar de cada região do País também é considerado.
Um exemplo básico que pode ilustrar a explicação é: uma pessoa com roupa de festa de gala vai a uma padaria. Alguns outros frequentadores da panificadora podem rir, comentar ou estranhar a situação. O indivíduo está errado? Não, pois está com roupas. Mas está adequado? Não, pois não é de uso do brasileiro um vestido de cauda ou smoking para ir comprar pão.
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