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Stone Summit debate cenário atual e futuro do setor de rochas no ES

Evento realizado na Rede Gazeta reuniu representantes do mercado e autoridades, que discutiram oportunidades e formas de alavancar o desenvolvimento do setor

Vitória
Publicado em 04/12/2024 às 10h02
Foto do evento Stone Summit
Painel debateu logística, sustentabilidade, inovação e o cenário do setor de rochas no Espírito Santo, no Brasil e no mundo. Crédito: Arthur Louzada

Desenvolvimento sustentável, logística e inovação. Esses foram três dos temas debatidos no Stone Summit, evento realizado nesta terça-feira (3), na Rede Gazeta, em Vitória.

Promovido em parceria com a Nebrax, o Centrorochas e a Milanez & Milaneze, o encontro reuniu representantes do mercado de rochas naturais, que discutiram o fortalecimento do cenário capixaba e os investimentos em logística e infraestrutura que podem alavancar ainda mais o setor no Estado.

O CEO da Nebrax, Lucas Chequer, destacou que o Brasil está entre os maiores exportadores de rochas naturais do mundo e o Espírito Santo é “um eixo central desse setor a nível nacional”, por isso a importância de se debater esses temas.

Lucas Chequer, CEO da Nebrax
Lucas Chequer, CEO da Nebrax. Crédito: Arthur Louzada

Atualmente, o Espírito Santo é responsável por movimentar R$ 12 bilhões por ano e realizar cerca de 80% das exportações de rochas do Brasil (5º maior exportador mundial). Essa indústria responde por aproximadamente 10% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba e emprega cerca de 20 mil trabalhadores formais no Estado.

O Stone Summit trouxe o painel “Desafios e perspectivas para o setor de rochas naturais em 2025”, que contou com a participação do diretor institucional da XP, Rafael Furlanetti, o vice-presidente do Centrorochas, Fabio Cruz, e o secretário de Desenvolvimento Econômico de Aracruz, José Eduardo de Azevedo. O colunista de Economia e Negócios de A Gazeta, Abdo Filho, foi o responsável pela mediação do painel.

Durante o evento, a CEO da Milanez & Milaneze, Flávia Milaneze, destacou a importância do debate para promover o desenvolvimento do setor. “A gente acredita que todo o crescimento setorial tem de ser sustentável a longo prazo. E não se faz isso sozinho, então é importante trazer os principais atores que estão envolvidos no dia a dia desse mercado para debater”, afirmou.

Flávia Milaneze, CEO da Milanez e Milaneze
Flávia Milaneze, CEO da Milanez & Milaneze. Crédito: Arthur Louzada

Outro representante do mercado que esteve presente no evento foi o presidente do Centrorochas, Tales Machado, que ressaltou como a participação do mercado capixaba nesse setor beneficia toda a cadeia produtiva nacional.

“Muito do que é produzido no Brasil é transportado até o Espírito Santo, beneficiado aqui e exportado daqui. Até mesmo na mineração, que não é tão presente no Estado, você ainda tem uma participação grande de capixabas, ainda que em outros lugares do país”, explicou.

Tales Machado, presidente do Centrorochas
Tales Machado, presidente do Centrorochas. Crédito: Arthur Louzada

Para o diretor de Mercado da Rede Gazeta, Bruno Passoni, o crescimento do mercado de rochas naturais beneficia diretamente a economia capixaba, como um todo, ao apresentar uma balança comercial positiva (que realiza mais exportações do que importações) e se preocupar com a sustentabilidade.

“É um setor que tem se preocupado bastante com a sustentabilidade e que está sendo cada vez mais respeitado nesse aspecto. E para nós, da Rede Gazeta, estar próximo desse setor é extremamente importante, principalmente por ele contribuir muito para um dos nossos pilares principais, que é o desenvolvimento sustentável”, ressaltou.

Desenvolvimento sustentável

Stone Summit
O painel “Desafios e perspectivas para o setor de rochas naturais em 2025” reuniu autoridades e representantes do mercado. Crédito: Fernando Madeira

Durante o painel, Rafael Furlanetti reforçou que o cenário atual do mercado de rochas no Espírito Santo é positivo, mas ainda há espaço para crescer. Ele destacou que um dos principais atrativos desse setor é a sua cadeia de produção sustentável, que pode alavancar seu desenvolvimento.

Um dos pontos abordados durante o painel que demonstra a veia sustentável desse mercado – não só no Espírito Santo, mas em todo o país – foi a reutilização de água. Segundo o Centrorochas, atualmente, mais de 95% da água utilizada no processo produtivo é reaproveitada, em um sistema de circuito fechado.

“Para os desenvolvedores imobiliários de fora do Brasil é muito importante saber de onde vem o material que ele vai utilizar e se ele é produzido com energia limpa e renovável, por exemplo. Então, se a gente divulgar a qualidade dos nossos produtos e trabalhar esse aspecto do marketing, podemos mostrar esse grande diferencial das rochas capixabas”, avaliou Rafael.

Além da responsabilidade ambiental, Tales Machado destacou que o setor de rochas também busca promover o desenvolvimento social, por enxergar que esse é um aspecto importante para o cenário do Estado.

“Temos, inclusive, feito um trabalho muito bacana em parceria com a Rochativa e colaboramos em vários projetos na sede deles, como, por exemplo, o fornecimento de materiais para alunos de jiu-jítsu. Participamos de vários projetos que, ao todo, beneficiam cerca de 2 mil crianças no Estado”, contou.

O projeto citado por Tales – a Associação de Atividades Sociais do Setor de Rochas Naturais do Espírito Santo (Rochativa) – é uma iniciativa que une empresas de rochas naturais em projetos sociais e visa a beneficiar crianças e adolescentes com programas de cultura, esporte e saúde.

Investimentos impulsionam crescimento

Segundo Lucas Chequer, mesmo com os possíveis aumentos na inflação e outros desafios enfrentados pela exportação de rochas naturais e as atividades adjacentes – como a construção civil, por exemplo –, o setor ainda pode encontrar formas de crescer.

“É um setor que tem se tornado cada vez mais tecnológico e competitivo; por isso, existe a possibilidade de expansão, ainda que o mercado não esteja expandindo. O intuito de conversas como esta aqui é encontrar formas de tornar isso possível”, comentou.

Uma das formas citadas no evento para alavancar um crescimento ainda maior do setor foi o investimento em logística, uma vez que a exportação das rochas produzidas no Brasil movimenta valores bilionários todos os anos.

Com mais de 80% dessas exportações partindo do Espírito Santo, cidades capixabas como Aracruz e Linhares estão investindo na construção e ampliação de polos logísticos que podem beneficiar o setor.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Aracruz, José Eduardo de Azevedo, destacou a importância das cidades se prepararem para melhor atender às indústrias presentes na região, especialmente a de rochas naturais.

“Com a modernização e ampliação do complexo portuário, por exemplo, abre-se um leque de oportunidades para esse setor se fortalecer no Estado e olhar mais para esses municípios”, comentou.

José Eduardo destacou ainda que os municípios devem se preparar para melhorar o ambiente de negócios e receber as empresas, focando na desburocratização e simplificação de licenciamentos, por exemplo.

“Muitas vezes, as pessoas acham que o licenciamento demorado é de alta qualidade, mas às vezes é o contrário. Um licenciamento rápido e bem feito produz muito mais benefício para a sociedade do que você ter uma burocracia desnecessária e excessiva”, avaliou.

Modernização do transporte de cargas

Processos já existentes no transporte de cargas também estão sendo aprimorados para tornar a exportação de rochas naturais mais eficiente. Um exemplo de inovação no setor é a tecnologia StoneLift (resultado de uma parceria entre Spinola e Cruzzto), uma unidade de transporte que substitui os contêineres tradicionais e pode ser colocada tanto em navios de cargas gerais como em navios de contêineres.

Segundo Fabio Cruz, que também é fundador da Cruzzto, o mecanismo pode remediar dois dos principais desafios que a exportação enfrenta atualmente: o longo tempo de trânsito até o destino e a cabotagem – que faz com que os navios tenham que parar em outros portos no caminho.

“Esses problemas acontecem porque as rochas, até então, só eram transportadas em contêineres. Nosso objetivo é pegar navios que já estão fazendo uma determinada rota e que já têm uma capacidade ociosa e preencher esse espaço com chapas de pedra natural”, explicou.

O StoneLift foi testado em outubro de 2024, em um navio de cargas que saiu do Portocel, em Aracruz, com destino aos Estados Unidos. Fabio conta que, mesmo com situações adversas encontradas no caminho, o navio chegou ao destino com apenas 21 dias (metade do tempo que normalmente leva), mostrando ainda uma redução de até 60% no tempo de carregamento e descarregamento.

Veja quem passou pelo Stone Summit

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Veja quem passou pelo Stone Summit. Arthur Louzada
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Veja quem passou pelo Stone Summit. Arthur Louzada
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Veja quem passou pelo Stone Summit. Arthur Louzada
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Veja quem passou pelo Stone Summit. Arthur Louzada
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Veja quem passou pelo Stone Summit. Arthur Louzada
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Veja quem passou pelo Stone Summit

*Com a colaboração de Gabriel Mazim

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