Mais de 100 mil participantes do mundo todo discutindo o "O Futuro da Mídia". A 60ª edição da NAB Show 2024, maior feira do setor de rádio e TV do mundo, aconteceu de 13 a 17/04, no Centro de Convenções de Las Vegas, nos Estados Unidos.
Organizado pela Associação Nacional de Radiodifusores, o evento adianta tudo o que está sendo desenvolvido e testado em tecnologias, como a TV 3.0 e muitas outras, além de tendências em radiodifusão, televisão, streaming e produção de conteúdo.
“A IA Generativa tomou conta das palestras e dos sistemas apresentados nos estandes. Mas, mesmo no mercado de produtores independentes, ainda existe medo e resistência para a adoção da tecnologia”, disse o diretor de Tecnologia e Operações da Rede Gazeta, Gabriel Moura, que esteve na feira.
A pergunta clássica que sempre aparece em todos os eventos de inovação e tecnologia voltou a ser feita: a IA vai substituir os editores de vídeo? “A resposta foi em linha com o que ouvi também de outros palestrantes. A IA deve ser usada como assistente do ser humano e não como substituta. O comando bem feito e a revisão do trabalho gerado só o ser humano pode fazer”, acrescentou Gabriel.
O diretor ressaltou que a IA não transformará um profissional ruim em bom, ela tem a capacidade de potencializar suas capacidades de entrega a partir do seu conhecimento. “Ou seja, para ter excelentes resultados com a ferramenta, o profissional precisa, necessariamente, ser ótimo”.
Os sistemas estão evoluindo em alta velocidade e, segundo Gabriel, isso mudará muito o que a tecnologia é capaz de fazer. “O ChatGPT, por exemplo, opera com 128 mil tokens. Enquanto o Gemini, do Google, opera com 1 milhão de tokens. Isso significa ter quase 10 vezes mais capacidade de processar grandes quantidades de informações de uma só vez”.
Vale da desilusão
Embora a empresa de consultoria Gartner acredite que estamos “no hype da IA Generativa”, e que, em breve, teremos uma queda que os especialistas chamam de “Vale da desilusão”, as discussões durante a feira deixaram claro que o ponto mais alto ainda está por vir.
TV 3.0
Outro tema abordado durante o NAB 2024 foi a próxima geração da TV aberta. O ministro das Comunicações, José Juscelino dos Santos Rezende Filho, participou do evento e está inserido na discussão, além de entender o valor da TV 3.0 para o Brasil.
Segundo o ministro e representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), haverá um novo espectro para a TV 3.0. “Na prática, quer dizer que teremos banda o suficiente para trabalhar com novas funcionalidades, além de qualidade de áudio e vídeo muito superiores. Isso é um grande avanço, comparado ao modelo adotado nos EUA”, analisou Gabriel.
As soluções para a TV 3.0 também foram apresentadas por um pool de empresas que participaram do evento. Entre elas, a interatividade com o usuário, a possibilidade de compra de produtos, as apostas em programas esportivos e outras iniciativas que colocam o dispositivo de TV novamente como a principal janela de atenção dentro de casa. “É animador quando imaginamos que ano que vem já começaremos a ver essas novas possibilidades sendo experimentadas no Brasil”, comemorou o diretor de Tecnologia.
Assuntos como jornada para nuvem, segurança cibernética, conteúdo hiperlocal e análise de dados para tomadas de decisões também foram destaques na NAB 2024.
“Há algum tempo, percebo que os congressos anuais não trazem mais aquela novidade disruptiva em suas edições. A velocidade da mudança é tanta que isso ocorre o tempo todo. O bacana desses eventos é entender o que está, de fato, consolidando-se por parte das empresas, gerando resultado e até mesmo o que não passou do hype”, finalizou.
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