Conhecida pela imponência e também pelas polêmicas que envolveram a sua construção, a sede da Petrobras no Espírito Santo ainda está sendo paga pela estatal.
Do valor de R$ 176 milhões citados recentemente pelo presidente da companhia, Roberto Castello Branco, como despesas anuais que a petrolífera tem com a unidade, parte dele é para bancar o aluguel do terreno e outra parcela é referente à remuneração paga a um fundo de investimentos que foi o responsável por custear a obra, inaugurada em 2012.
Não estão inclusas as despesas com pessoal, energia, água, telefone e outras mais inerentes ao negócio, ou seja, se forem levados em consideração todos os custos, o valor para o funcionamento da sede será ainda mais elevado.
A quantia que cabe ao aluguel e a que cabe ao pagamento dos financiadores não foi detalhada pela Petrobras, bem como as demais despesas com o espaço. A coluna também questionou à companhia quantas parcelas foram pagas e quantas ainda são devidas, mas a estatal informou que não seria possível passar essas informações.
No final de agosto, após uma visita ao prédio que fica na Reta da Penha – chamado de Edivit – Castello Branco classificou, em entrevista à imprensa, a estrutura como bonita, moderna, mas cara. O que chegou a gerar especulações se a petrolífera estaria avaliando deixar de usar as instalações localizadas na Reta da Penha, em Vitória.
“É um prédio bonito, moderno, fiquei surpreso. Temos pessoal de primeira trabalhando lá, mas nos custa R$ 176 milhões por ano. O prédio está na região mais valorizada de Vitória, melhor tecnologia, vidros importados da Bélgica, tem vidro à vontade, e persianas que se fecham automaticamente. Mas isso pesa muito no custo da companhia. Nossa busca contínua é a redução de custos”, disse na ocasião ao Globo.
Considerando a ocupação existente hoje no Edivit , é remota, como afirmou uma fonte à coluna, a chance de a estatal transferir suas atividades do local, pelo menos no curto e no médio prazo. Atualmente, cerca de 2.700 pessoas, entre empregados próprios e prestadores de serviços, atuam no prédio. E outros 130 profissionais serão transferidos até o final de 2019 para a Capital.
Dessa forma, a unidade vai estar com quase 95% da sua ocupação. Segundo a Petrobras, a capacidade instalada é de aproximadamente 3.000 empregados.
Visita
Falando em Petrobras, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, voltou a visitar o Espírito Santo nesta semana. Na última quarta-feira, ele esteve no Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), no Norte capixaba. Na comitiva, além de representantes da estatal, participaram investidores.
Procurados pela coluna, tanto o EJA quanto a Petrobras não revelaram as pautas nem as imagens do encontro. Mas a coluna apurou que pelo menos um dos assuntos tratados foi relacionado à plataforma P-68, que está prestes a ser entregue pelo Jurong à petroleira.
P-68 ficará pronta em até três semanas
O cronograma prevê que isso aconteça dentro de duas a no máximo três semanas. O estaleiro foi o responsável por construir e integrar os módulos da embarcação, que vai até o final deste ano iniciar a operação nos campos de Berbigão e Sururu, no pré-sal da Bacia de Santos.
Demissões
Com a finalização da plataforma, algumas demissões já começaram a acontecer. Hoje, cerca de 4 mil profissionais, entre diretos e terceirizados, atuam na empresa asiática. Apesar dos desligamentos, fontes revelam que eles não deverão continuar a acontecer em grande volume em função dos trabalhos que já se iniciaram para a construção de outro FPSO: a P-71, que tem uma estrutura semelhante a da P-68.
Casco virá da China
De acordo com uma fonte, a fabricação dos módulos para a P-71 já está acontecendo. Mas ainda é preciso aguardar a chegada do casco da embarcação, que virá da China. A previsão é que ele chegue em Aracruz entre o final deste ano e o início de 2020. Hoje, o Estaleiro Jurong é o único no Brasil com contrato de integração de plataformas. Todos os demais são junto a empresas chinesas.
Volare vai reforçar atividades na fábrica do ES
A Volare, do grupo Marcopolo, prevê reforçar suas atividades na unidade de São Mateus. Em comunicado ao mercado, ontem, a empresa falou sobre os seus empreendimentos, entre eles o do Espírito Santo.
Na lista dos projetos relevantes, consta a “aceleração da planta de São Mateus”. Além disso, aparece como etapa em andamento a verticalização da fábrica capixaba.
No primeiro semestre, a produção das unidades Volare avançou 13,2%. Maior destaque foi para o mercado interno, que nos seis primeiros meses do ano produziu 1.257 unidades, 54,2% a mais do que no mesmo período de 2018. Já a produção voltada para o exterior sofreu redução de 35%, saindo de 217, no ano passado, para 141 em 2019.
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