Uma jornalista que ama os animais, assim é Rachel Martins. Não é a toa que ela adotou duas gatinhas, a Frida e a Chloé, que são as verdadeiras donas da casa. Escreve semanalmente sobre os benefícios que uma relação como essa é capaz de proporcionar

Gatinhos envelhecem e necessitam de cuidados especiais; veja cinco dicas

Antes de levar um bichano para dentro de casa, reflita sobre a sua maneira de viver. Lembre-se: esse serzinho vai precisar de você pelo resto da vida e um dia também vai envelhecer

Publicado em 15/02/2022 às 02h00
Gato mais velho
Para ter um processo de envelhecimento melhor, gatinhos precisam de vários cuidados. Crédito: Freepik

Todos os dias vemos gatinhos fofos passar por nossa timeline nas redes sociais. É impossível deixar de curtir as cenas, muitas vezes, engraçadíssimas, né? De repente, esses serzinhos deliciosos começam a conquistar seu coração e quando você percebe já está querendo levar um bichano para casa. E é aí que mora o perigo.

Adotar ou comprar um gatinho exige, acima de tudo, responsabilidade. Afinal, trata-se de um ser vivo que vai depender de você para sempre, principalmente quando ficar idoso. Por isso, na hora da empolgação, é bom refletir. Será que está preparado para ser “pai” ou “mãe” de um “filho de quatro patas”? Será que terá tempo e recursos necessário para cuidar dele e prover todas as suas necessidades? Trabalha fora o dia todo? Costuma viajar muito?

Esses e outros questionamentos devem ser levados em conta antes de se aventurar a levar o bichano para dentro de casa. O que não pode, é levá-lo para casa e na primeira dificuldade, simplesmente devolvê-lo ou abandoná-lo. Ele sofre, e muito, acredite.

Uma coisa é certa, se esse sentimento de responsabilidade te invadir e a decisão for comprar ou adotar (no caso, a segunda opção é sempre melhor) um gatinho, pode apostar que ganhará um companheiro para todas as horas, pronto para ser amado e te amar incondicionalmente.

Mas lembre-se: um dia o “seu filho de quatro patas” ficará idoso e necessitará de cuidado redobrado. E esse processo de envelhecimento traz paralelamente diversas mudanças fisiológicas e de comportamento que precisam ser compreendidas pelos tutores e, mais ainda, atendidas, procurando proporcionar, dentro do possível, qualidade de vida e bem-estar para esse felino sênior.

Levando-se em consideração que um dia seu bichano vai envelhecer, o médico-veterinário Alexandre Daniel, especialista em medicina felina, da Avert Saúde Animal, separou cinco dicas importantes para quem pensa em ter um bichano, mas não tem a mínima ideia de como fazer para que esse envelhecimento chegue, sim, mas de forma saudável.

  1. Visitas ao médico-veterinário: para garantir que o envelhecimento do seu gatinho seja um processo saudável, é importante realizar visitas ao médico-veterinário, pelo menos uma visita a cada seis meses, principalmente para os felinos acima dos 10-12 anos. Essa necessidade existe devido às alterações observadas no pet, como a diminuição da massa muscular (sarcopenia), redução da acuidade visual e auditiva, menor sensação de sede e maior tendência à desidratação, e alterações no metabolismo digestivo, que podem exigir mudanças na dieta. Sem contar as alterações cognitivas (o “Alzheimer felino”) que podem ser confundidas com processos patológicos por promover mudanças de comportamento no animal. Algumas doenças apresentam alterações semelhantes às observadas no processo natural do envelhecimento, por isso é importante que o acompanhamento do felino seja feito de forma contínua e por um profissional habilitado. A detecção de problemas na fase inicial possibilita intervenções e acompanhamento específico, dedicado a melhorar a expectativa e a qualidade de vida do animal.

  2. Atenção redobrada às doenças mais comuns nos felinos idosos: cinquenta por cento dos gatos acima de 14 anos apresentam doença renal crônica. O problema é que na maior parte das vezes os sintomas iniciais são sutis e quase imperceptíveis pelos tutores. Observar a rotina do animal, tanto a ingestão de água quanto a frequência urinária é importantíssimo nesta faixa de idade. Uma boa dica, é acostumá-lo desde cedo às fontes de água que estimulam o consumo. É importante ressaltar, também, que cerca de 90% dos gatos acima de 12-14 anos apresentam doenças articulares - é a causa mais comum de dor entre os bichanos. As principais manifestações estão relacionadas às alterações de mobilidade e mudança no comportamento em casa.

  3. Principais mudanças de comportamento dos gatos idosos:  fique bem atento. Algumas alterações cognitivas são frequentes nesta faixa etária, assim como a alteração do ciclo de sono. Ainda assim, é esperado que gatos saudáveis e sem dor continuem a exercer suas atividades rotineiras e exibir o seu comportamento natural em casa. Felinos idosos e saudáveis também arranham, se esticam, pulam e brincam!

  4. Evite mudanças no ambiente:  gatos são animais de rotina, por isso manter a casa como eles estão acostumados é fundamental para a tranquilidade do felino idoso, principalmente nos casos em que já existe uma menor acuidade visual. E nos casos dos bichanos com diminuição de mobilidade por dor osteoarticular, a adaptação da casa também é importante, sempre visando facilitar o acesso às caixas de areia e vasilhas de água e comida. Janelas, beirais e outros locais frequentemente utilizados pelo gato também podem ser adaptados para que ele possa continuar com sua rotina e comportamentos naturais.

  5. Dieta equilibrada: doenças gastrointestinais crônicas também são bastante observadas na clínica médica em animais sêniores, por isso é muito importante seguir uma dieta equilibrada recomendada pelo médico-veterinário. Em alguns casos, a utilização de suplementos específicos corretamente prescritos ao felino podem ser importantes para o seu melhor envelhecimento.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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