Confesso que quando recebi o e-mail da Netflix falando sobre o lançamento de “Polícia Médica”, a primeira coisa que veio à cabeça foi: “não vejo isso nem a pau!”. Bem, aqui estou, cerca de três semanas depois, escrevendo sobre a primeira temporada da série de humor da Netflix.
“Polícia Médica” é uma espécie de continuação/spinoff de “Childrens Hospital”, uma série médica de humor com episódios curtíssimos (às vezes de cinco minutos) exibida pelo canal Adult Swim. Isso, porém, não afasta os interessados - o primeiro episódio já estabelece as dinâmicas dos personagens principais, Lola Spratt (Erinn Hayes) e Owen Maestro (Rob Huebel), e mostra como as coisas (não) funcionam por ali.
Na verdade, passamos muito pouco tempo dentro do hospital em São Paulo (sim!), pois uma epidemia transmitida por um vírus misterioso logo explode e leva os protagonistas a rodar o globo atrás da origem e da cura para a doença. O fato de pouco conhecermos alguns personagens até ajuda nos acontecimentos absurdos dos 10 episódios, pois nos surpreendemos com seus comportamentos.
Com uma dupla de médicos fingindo ser policial, “Polícia Médica” ridiculariza programas do gênero como “CSI: Miami” e seu protagonista, Horatio Caine (David Caruso). A série viaja aos quatro cantos do mundo, do Brasil à China, passando por Europa, África e EUA, para acompanhar os passos da possível epidemia global.
A trama brinca o tempo todo com a facilidade com que os conflitos são resolvidos; tudo é absurdo, mas se torna engraçado pela maneira como as situações são normalizadas - em certo momento, por exemplo, eles precisam descobrir a localização de um parque aquático e, claro, há um especialista no tema pronto para identificar o local.
A melhor parte de “Polícia Médica” é a surpresa com o absurdo, o ridículo - você nunca sabe o que está por vir ou para onde a trama vai caminhar em seguida. Sim, é necessário um certo desprendimento para comprar essa ideia, mas a partir do momento em que o espectador entende a série, ela se torna uma comédia divertidíssima.
“Polícia Médica”, ao fim, é indicado aos fãs de “Brooklyn Nine-Nine” e comédias nonsense. Não cobre sentido na trama e lógica dos personagens, o que série quer é fazer rir enquanto ridiculariza clichês das séries de medicina e policiais.
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