Sabe quem continua feliz com a quarentena e o isolamento social causado pela pandemia do coronavírus? Os serviços de streaming, que nunca tiveram tanta audiência como nos dois últimos meses. Netflix, Amazon Prime Video, AppleTV+, Globoplay, cada um a sua maneira, têm expandido seus catálogos - alguns de forma mais ativa, como Globoplay e Netflix, outros mais quietos, como a AppleTV+, ainda pouco ativa no Brasil, e a Amazon, que tem ótimo catálogo e o trabalha mal.
Já fiz uma lista anterior para cada serviço de streaming (Netflix, Amazon Prime e Globoplay), mas agora, atendendo a pedidos, entrego mais uma. Mais popular por aqui, a Netflix tem sido ótima opção de entretenimento com filmes e séries. Em mais uma explorada ao catálogo, encontrei filmes famosos e outros nem tanto. Há desde a pancadaria de espionagem de "Atômica" ao vencedor da Palma de Outo em Cannes "Eu, Daniel Blake". Há também alguns filmes mais "good vibes" para os piores momentos do isolamento, como "Sing Street", e outros mais tensos, como "O Estranho que Nós Amamos" - este, vale ressaltar, um bom filme a que pouca gente deu valor no lançamento.
A lista ainda tem o pouco comentado "No Topo do Poder", um filme do mesmo estilo que "Poço", mas muito melhor, e o interessante drama indie "O Herói" - além de outras pérolas do catálogo. Escolha seu filme e divirta-se.
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01
"Sing Street: Música e Sonho"
Dirigido por John Carney, (dos ótimos “Apenas uma Vez” e “Mesmo Se Nada Der Certo”, além da série “Modern Love”), “Sing Street - Música e Sonho” foi indicado ao Globo de Ouro, mas não teve o reconhecimento devido. O filme se passa em 1985, durante uma crise econômica na Irlanda. O jovem Conor se apaixona pela nova vizinha e a convida para o clipe de sua banda. Só falta a banda. Ótima comédia sobre amadurecimento e com trilha sonora impecável. Um filme leve, bonito e divertido ideal para dias mais pesados quando tudo o que você quer é se sentir bem.
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02
"Eu, Daniel Blake"
O cineasta Ken Loach é um dos principais nomes do cinema europeu, mas seu trabalho é injustamente considerado “duro” demais. Em “Eu, Daniel Blake”, de 2016, Loach mais uma vez conta uma história saída da classe operária inglesa. Ele acompanha Daniel Blake, que após sofrer um ataque cardíaco tem dificuldades de obter o seguro desemprego. No meio da loucura, ele encontra uma parceira. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, é um filme forte e encantador.
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03
"No Topo do Poder"
Se "O Poço" fosse realmente um grande filme ele seria "No Topo do Poder". Deixando de lado as frases de efeito, o filme estrelado por Tom Hiddleston (o Loki do Universo Marvel) e dirigido por Ben Wheatley adapta o livro homônimo de J.G. Ballard sobre um prédio separado por classes sociais. É, claro, uma metáfora, mas não é a principal - "No Topo do Poder" fala de anseios, dores e medos impostos pela sociedade moderna; é um espetáculo visual surreal, com um texto afiado e ótimos diálogos.
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04
"O Estranho que Nós Amamos"
"O Estranho que Nós Amamos" é um dos filmes mais diferentes da cineasta Sofia Coppola. Maduro, o filme diverte e incomoda a audiência. Em uma isolada escola para moças, a chegada de um soldado durante a Guerra Civil americana muda toda a dinâmica. O soldado é manipulador, charmoso, e logo conquista as moças. Um filme sexy, tenso e com um elenco espetacular com Nicole Kidman, Kirsten Dunst, Elle Fanning e Collin Farrell.
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05
"Scott Pilgrim Contra o Mundo"
Dirigido por Edgar Wright ("Baby Driver") e adaptado dos quadrinhos "cult" de Bryan Lee O'Malley, "Scott Pilgrim" é um espetáculo visual com muita diversão. Scott (Michael Cera) é um jovem que quer conquistar a descolada Ramona (Mary Elizabeth Winstead), mas para isso vai ter que enfrentar todos os ex-namorados da garota. O filme é uma aula de edição e montagem, levando linguagem de games diretamente para a narrativa. Além de tudo isso, tem uma boa história e excelente narrativa. Imperdível.
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06
"O Contador"
Felizmente, "O Contador" não é um filme com Ben Affleck lidando com números na contabilidade de uma empresa. Quer dizer, até é, mas é também um ótimo filme de ação. Affleck vive um contador de clientes perigosos. Com síndrome dentro do espectro autista, metódico e minucioso, ele cresceu com treinamento militar e desenvolveu uma rara habilidade para matar. Ele é contratado para auditar uma empresa e acaba se envolvendo em algo maior. Um bom filme de ação, com bons atores e uma premissa interessante.
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07
"Zodiáco"
“Zodíaco” é um dos grandes filmes da carreira do diretor David Fincher. Disponível na Netflix, o suspense acompanha um jornalista na trilha do assassino do zodíaco, serial killer que aterrorizou a Califórnia no final dos anos 1960 e início dos 70. O elenco tem Jake Gyllenhaal e Robert Downey Jr. em atuações incríveis. Fincher cria bem o clima de suspense claustrofóbico e reúne vários fatos e notícias reais a elementos fictícios. Para quem gosta de uma trama tensa
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08
"O Herói"
Dirigido por Brett Haley ("Por Lugares Incríveis") e estrelado por Sam Elliott ("Nasce uma Estrela") e Laura Prepon ("That 70's Show"), "O Herói" é um pequeno drama escondido na Netflix. O filme acompanha um veterano ator de faroestes que busca retomar a carreira enquanto lida com a idade e a mortalidade. Graças aos protagonistas, o filme é leve e divertido (as cenas com Nick Offerman são ótimas). Um filme bonito e leve, que se utiliza de narrativa convencional e clichês para criar algo novo.
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09
"Atômica"
Baseada numa história em quadrinhos, “Atômica” agora está disponível na Netflix. À época de seu lançamento nos cinemas, o filme era considerado uma espécie de “John Wick de saias”, uma comparação compreensível, mas não tão justa. Estrelado por Charlize Theron e dirigido por David Leitch (do primeiro “John Wick”), o filme tem sequências de ação espetaculares, mas seu roteiro se leva mais a sério que os da franquia estrelada por Keanu Reeves. Não é incrível, mas é um bom filme.
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10
"O Cidadão Ilustre"
Um dos grandes filmes argentinos dos últimos anos, "O Cidadão Ilustre", de Gastón Duprat e Mariano Cohn, é a história de um escritor vencedor do Nobel de Literatura que resolve voltar à cidade onde nasceu, após mais de 40 anos, para receber algumas homenagens. Lá, ele vê que seus livros, que de alguma forma sempre falaram dos moradores, marcaram muito a cidade e não necessariamente de uma forma positiva. Um divertido, inusitado e até assustador reencontro com o passado. Uma excelente atuação do protagonista Oscar Martínez e um texto inusitado.
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