Com a cerimônia de entrega do Globo de Ouro neste domingo (5), está oficialmente aberta a temporada das premiações do cinema em 2020. Ano após ano, o evento realizado pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, sigla em inglês) é vendido como uma prévia, um termômetro para o Oscar, mas mas é mais um aquecimento, quase uma apresentação dos filmes para o público.
O Globo de Ouro é votado por um grupo restrito de membros da HFPA, jornalistas baseados na Califórnia que cobrem Hollywood para seus respectivos países - em 2019 foram 87 votantes. Por sua vez, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, responsável pelo Oscar, tem quase nove mil votantes entre atores, atrizes, cineastas, roteiristas, produtores, diretores de fotografia e diversos outros profissionais diretamente envolvidos na indústria.
A cerimônia de amanhã também é mais leve e abrangente, com categorias voltadas para séries de TV e a separação dos filmes entre Drama e Comédia/Musical, o que às vezes causa confusão. Ano passado, por exemplo, o drama familiar “Green Book” ganhou como Melhor Filme Comédia ou Musical enquanto o musical “Bohemian Rhapsody” levou Melhor Filme Drama concorrendo contra outro musical, “Nasce uma Estrela”. Vai entender.
Apesar da confusão, a separação funciona para a aumentar a popularidade do prêmio. O Oscar sempre deixou as comédias, filmes normalmente bem populares, em segundo ou terceiro plano. Além disso, como não há uma definição clara do que é ou não comédia (ou musical), é fácil contornar as regras para premiar quem eles bem quiserem. Por exemplo: na cerimônia deste ano eles terão a chance de dar prêmios principais tanto para “O Irlandês”, filme dramático favorito, quanto para “Era Uma Vez… Em Hollywood”, considerado uma comédia, ou seja, Scorsese e Tarantino, todos felizes.
É interessante perceber como a HFPA passou a entender a Academia e a votar como ela. Ano passado, por exemplo, os já citados e no máximo medianos “Green Book” e “Bohemian Rhapsody” foram os grandes vencedores das duas premiações. Este ano, pelo menos, a disputa se encaminha para ser mais qualificada.
Os executivos da Netflix esperam sair de lá com um grande sorriso no rosto. “O Irlandês” e “História de um Casamento” são favoritos na categoria Filme Drama, que também tem “Dois Papas” entre os indicados. Contudo, a vontade de ser pop da HFPA pode dar o prêmio a “Coringa”. Entre os atores, Joaquin Phoenix ainda é o favorito, mas Adam Driver (“História de um Casamento”) pode surpreender.
Na categoria de comédia a disputa é entre Eddie Murphy (“Meu nome é Dolemite”) e Leonardo DiCaprio (“Era Uma Vez… Em Hollywood”). O fato de Rami Malek ter ganho tudo ano passado brincando de cosplay de Freddie Mercury tira de Taron Egerton a chance de ser premiado por seu Elton John no ótimo “Rocketman”. Entre os coadjuvantes, Brad Pitt é o favorito.
Já entre as mulheres, Renée Zellweger é a grande favorita por sua atuação como Judy Garland no apenas mediano “Judy”. Uma surpresa deve ficar com atriz de comédia ou musica, categoria cuja favorita é Awkwafina pelo excelente “A Despedida”. Jennifer Lopez, quem diria, pode levar pra casa o prêmio de atriz coadjuvante por “As Golpistas” - sua concorrente mais forte é Laura Dern.
A HFPA ainda deve apostar na força do fenômeno coreano “Parasita”, escolha certa a Melhor Filme Estrangeiro. Impossibilitado pelas regras de concorrer a Melhor Filme Drama (ou Comédia ou Musical), “Parasita” deve garantir também o prêmio de Melhor Direção a Joon-ho Bong, seu diretor.
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Ao fim, mesmo sem ter a importância que julga ter, o Globo de Ouro é uma cerimônia divertida, com um bom apresentador (Ricky Gervais), álcool para seus convidados e algumas escolhas bem questionáveis, mas qual prêmio não as tem?l
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