Quarentena, feriado ou apenas um dia normal - hoje ninguém precisa mais de desculpa para se sentar no sofá e maratonar uma ou mais séries em poucos dias. Pensando nisso - e no cara que estudou comigo em 1991 e me mandou e-mail dia desses pedindo dica de séries novas para ver (abraço!) -, decidi reunir algumas dicas neste texto.
A tentativa foi fugir do óbvio e oferecer dicas novas, mesmo que algumas, como "Killing Eve", por exemplo, já sejam famosíssimas. Assim, ficaram de fora da lista séries como "Ozark" ou "Peaky Blinders", ambas da Netflix, ou "Marvelous Mrs. Maisel" e "Fleabag", do Amazon Prime Video, ou até mesmo "Doctor Who", disponível no Globoplay. Isso sem falar em "The Wire", "The Sopranos", "Boardwalk Empre" e outras da HBO. A tentativa também é dar destaque a séries que tenham novas temporadas disponibilizadas recentemente. Afinal, quantas listas indicando "Breaking Bad" você já encontrou por aí?
Reuni três séries disponíveis na Netflix, três no Amazon Prime Video e outras três do Globoplay. A décima indicação, oriunda da HBO, veio de "bônus" na lista, mas garanto que "The Outsider" é tão boa quanto qualquer outra citada antes dela.
"Ah, mas eu prefiro ver um filme", você pode questionar. Amigo, tudo bem, eu também prefiro. Por isso já fiz algumas listas de filmes de Netflix, Amazon e Globoplay - basta clicar aqui, aqui, aqui ou aqui. Escolha sua série (ou seu filme), se acomode no sofá e aproveite.
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01
The Last Kingdom (Netflix)
Pra começar com opinião polêmica: "The Last Kingdom" é melhor que "Vikings". Com a quarta temporada recém-lançada na Netflix, a série baseada no livro "Crônicas Saxônicas", de Bernard Cornwell, é, na medida do possível, mais fiel aos fatos e à realidade da época. Ela se passa mais ou menos no mesmo período que a série dos Lothbrok e até divide alguns personagens, como o próprio Ragnar, mas traz um olhar a partir do lado inglês. A série é violenta, com ótimas sequências de ação, mas também investe nas tramas de luta pelo poder. Uthred, o protagonista, é um inglês sequestrado e criado por nórdicos. Ele tenta reaver o reino que é seu por direito, mas terá que enfrentar muita coisa para chegar lá. Ótima pedida para quem gosta de "Vikings".
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02
#BlackAF (Netflix)
Pouca gente falou de "#BlackAF", mas a série ficcional sobre a vida do comediante Kenya Barris é ótima. Toda construída no esquema "single camera", aquela coisa meio "The Office" ou "Parks & Recreation", a série acompanha a bem-sucedida e grande (seis filhos) família de Kenya (que interpreta sua versão ficcional). Tudo é registrado em forma de um documentário, com entrevistas e registros indiscretos. O grande mérito da série é seu texto sempre divertido que, quando você menos percebe, está falando sobre o lugar dos negros na história americana e como tudo chegou ao que é hoje. Destaque absoluto para Rashida Jones, que rouba a cena como Joya, esposa do comediante. Divertida, com ótimo texto e facilmente maratonável.
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03
After Life (Netflix)
Ricky Gervais é o criador do "The Office" original, o britânico. Ele também é conhecido como o sujeito às vezes meio babaca que apresentou o Globo de Ouro nos últimos anos. Em "After Life", criada e estrelada por ele, Gervais vive Tony, um sujeito cuja mulher faleceu e o deixou sem um sentido na vida. Tony era um cara afável, gente boa, mas as circunstâncias o transformaram em um pessimista, impulsivo, que não faz nada que não tem vontade de fazer e não está nem aí para o resto do mundo. Cabe às pessoas a seu redor transformá-lo de novo naquele cara legal. A série tem duas temporadas de seis episódios curtos cada.
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04
Undone (Amazon)
A realidade tá complicada, né? "Undone", da Amazon, oferece uma ótima escapatória. De uma das criadores de "Bo Jack Horseman", a série acompanha Alma (Rosa Salazar), uma jovem que descobre uma nova percepção de tempo e realidade após quase perder a vida em um acidente automobilístico. Quando ela acorda do coma, consegue ver o falecido pai, Jacob (Bob Odenkirk, o eterno Saul Goodman). Realizada com técnica de rotoscopia, a série é visualmente linda e passa uma tranquilidade estética impressionante, o que serve para amenizar os temas sérios tratados pelo texto. São oito episódios de pouco mais de 20 minutos cada que proporcionam uma experiência incrível.
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05
Homecoming (Amazon)
"Homecoming" talvez seja a 'melhor série que ninguém vê' do momento. O seriado criado por Sam Esmail ("Mr. Robot", outra boa pedida na Amazon) é diferente em sua estética e em seu estilo narrativo. Com Julia Roberts no posto de protagonista, o thriller acompanha uma instituição que tenta reinserir soldados traumatizados pela guerra de volta à vida civil - Julia vive uma psicóloga que os auxilia nessa transição. "Homecoming" se passa em dois momentos distintos - e com estéticas distintas - e funciona como um instigante quebra-cabeças. Há muito além da primeira impressão. São 10 episódios de meia hora na primeira temporada. A segunda chega em 22 de maio.
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06
The Expanse (Amazon)
"The Expanse" é a melhor série de ficção científica da atualidade. Após três temporadas focadas na grande conspiração interplanetária com questões metafísicas e tudo mais, a série chegou ao quarto ano de casa nova (antes era da SyFy e fazia parte do catálogo da Netflix) e com novos horizontes a serem explorados, mas sem abandonar sua essência. Recomendadíssima para os fãs de séries espaciais, a trama também funciona para os não-iniciados no gênero, com carga dramática, tensão política e suspense suficiente para prender qualquer um.
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07
Todas as Mulheres do Mundo (Globoplay)
Recém-lançada pelo Globoplay, a série baseada no filme homônimo de Domingos de Oliveira tem elenco impecável, comandado por Sophie Charlotte e Emílio Dantas, e produção que impressiona. A série deixa de lado o aspecto televisivo para criar uma narrativa com estética de cinema. Ela conta a história de Paulo, um arquiteto apaixonado pela poesia e pela boemia que mergulha de cabeça em cada relacionamento que vive, um por episódio, enquanto escreve poemas para a mulher ideal. O elenco ainda tem Matheus Nachtergaele, Fábio Assunção e Maria Ribeiro. O roteiro é escrito por Jorge Furtado e a série dirigida por Patrícia Pedrosa.
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08
Killing Eve (Globoplay)
A essa altura muita gente já conhece "Killing Eve" nem que seja pelas chamadas da Globo - a série é um dos grandes chamarizes da plataforma de streaming do canal. Em três temporadas (duas disponíveis no serviço), a série acompanha Eve (Sandra Oh), uma investigadora da inteligência britânica que acaba envolvida em uma perseguição à assassina Villanelle (Jodie Comer). As duas vivem um verdadeiro jogo de gato e rato até se perceberem cada vez mais interligadas entre si. A série tem roteiro de Phoebe Waller-Bridge ("Fleabag"), um dos maiores talentos em Hollywood atualmente. Uma série incrível, com duas das personagens mais legais da cultura pop no momento e um texto impecável.
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09
Deadwood (Globoplay)
"Deadwood", na verdade, é uma série da HBO perdida no catálogo do Globoplay - bom para os assinantes, que têm a oportunidade de conferir uma das séries mais legais já feitas. A trama se passa nos últimos anos do século 19 na cidade que dá nome à série, um lugar dominado pelo crime e pela corrupção. O texto circula em volta do personagem de Tymothy Olyphant ("Justified"), que tenta recomeçara vida na cidade, mas logo se vê em oposição aos que mandam no local. "Deadwood" é um faroeste sobre o nascimento dos EUA, com ótimos personagens, mas também é sobre relações, humanidade - é tão faroeste quanto é "The Sopranos", por exemplo. Resumindo: é uma série daquelas que só a HBO sabe fazer, uma série que merecia mais reconhecimento. Fato curioso: ela foi paralisada após a terceira temporada, durante a greve dos roteiristas de Hollywood, em 2007, e nunca foi retomada. Ano passado a HBO lançou um filme que finalmente encerra a história com o devido respeito.
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10
The Outsider (HBO)
Já que estávamos falando de HBO ao falar de "Deadwood", "The Outsider" funciona como um bônus nesta lista. A série, disponível no HBO Go e em serviços como o Now (para assinantes HBO), é uma adaptação do livro homônimo de Stephen King. Em uma pequena cidade, um sujeito adorável (Jason Bateman) é acusado de matar uma criança e há provas que justificam isso. O problema é que ele estava em outra cidade no dia do crime. Poderia alguém estar em dois lugares ao mesmo tempo? O que começa como um thriller jurídico/policial logo ganhe ares mais misteriosos e assustadores. Uma bela e pouco falada série.
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