Na última quarta-feira, 13, a Sony divulgou um vídeo de uma demo misteriosa, que talvez nem seja um jogo, mas sim uma espécie de showcase, rodando o Unreal Engine 5 em tempo real no PlayStation 5. Sim, estamos naquela época que acontece a cada cinco ou seis anos, mais ou menos, em que tudo vira pura expectativa por uma nova geração de consoles. A previsão é que o PS5 e o Xbox Series X, sucessores, respectivamente do PlayStation 4 e do Xbox One, cheguem ao mercado nos feriados de fim de ano dos EUA, que começam com Ação de Graças, em novembro, e vão até a virada do ano.
O vídeo impressiona - por alguns minutos, acompanhamos uma personagem meio Lara Croft saltando por um cenário pedregoso e vertical até chegar a um ambiente fechado, de pouca luz. É incrível como tudo no ambiente reage à luz emanada pela personagem e também às alterações físicas; um buraco no teto, por exemplo, vira um facho de luz. É tudo lindo, impecável, mas devemos ser céticos. Estamos há anos vendo demos em que tudo é impecável, com uma capacidade bem acima da dos consoles.
O que mais interessa nessa nova geração são as possibilidades, é ver como os produtores irão explorar as novas tecnologias gráficas - sim, porque, ao final de tudo, é isso que uma nova geração oferece. Sony e Microsoft já entenderam a batalha que travam e sabem que boa parte dela depende da capacidade gráfica que seus consoles oferecem - é por isso, inclusive, que há essa onda de “remakes” no mercado. Por outro lado, jogos como “Free Fire”, “Minecraft” e “Fortnite” provam que o sucesso muitas vezes não depende só de gráficos, algo que Nintendo já havia descoberto há algum tempo.
Vale ressaltar que a atual geração ganhou um upgrade em sua reta final, com suporte para 4k (PS4 Pro e Xbox One X), então a resolução não será uma novidade. Um maior poder de processamento, porém, será bem-vindo. O que se pode perceber até agora é que teremos água, luz e árvores muito mais detalhadas, assim como feições. Espera-se também uma maior capacidade de objetos, personagens e acontecimentos não programados em tela, além da não ocorrência dos carregamentos no meio dos mapas - “Jedi: Fallen Order”, um jogo recente, para o tempo todo para carregar mapas por onde você já passou antes.
A atual geração ainda é bem eficaz, principalmente se levarmos em consideração os jogos para PC “high-end”. Jogos como os vindouros “Cyberpunk 2077” e “The Last of Us 2” ainda mostram a força do PS4; até “Red Dead Redemption 2”, de 2018, tem cenários incríveis. Os produtores souberam, aos poucos, extrair o máximo do hardware dos consoles, e o mesmo deve acontecer na nova geração.
Dificilmente ficaremos embasbacados com os primeiros jogos lançados, muitos dos quais também estarão disponíveis para os consoles da geração atual. Este ano, devido à pandemia do coronavírus, não teremos a E3 para aumentar a expectativa dos consumidores. Ao invés disso, Sony, Microsoft e empresas produtoras deverão realizar seus próprios evento on-line - a segunda até tentou com o Inside Xbox May Showcase, mas foi um fracasso cheio de trailers e com quase nenhum gameplay.
Alguns especialistas, no entanto, acreditam que eu e as pessoas com expectativas mais baixas estamos completamente errados. Geoff Knightley, jornalista canadense que há anos cobre o mercado, é um grande entusiasta do que está por vir. Claro que ele também pode estar só vendendo o próprio peixe, pois é o organizador do Summer Game Festival, que terá início no final deste mês e vai até agosto com apresentações de jogos e novidades dos consoles em lives.
De qualquer forma, se a crise permitir, é bom ir separando alguns trocados. A previsão é de que o PS5 custe entre US$ 450 e US$ 500. Para o Xbox Series X, a estimativa é ainda mais alta: algo entre US$ 500 e US$ 600. Com o dólar batendo na casa dos R$ 6, sabe-se lá por quanto esses consoles chegarão por aqui. Em 2013, quando PS4 e Xbox One foram lançados, eles chegaram por aqui por cerca de R$ 2.200, mas o dólar valia pouco mais de R$ 2. Saudade, né, minha filha?
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