A Comic Con Experience, a famosa CCXP, já se tornou um dos maiores eventos de cultura pop do mundo. Ano passado foram 262 mil pessoas passeando pela São Paulo Expo nos quatro dias de evento. As principais atrações normalmente são os grandes nomes dos quadrinhos, do cinema e das séries que participam da programação em painéis de gigantes como Marvel, Netflix, Disney, Warner e Amazon, mas o coração da feira é outro, o Artist's Alley, área que reúne quadrinistas e artistas de todo o mundo entre nomes independentes e já consagrados.
Na edição 2020 da feira, alguns artistas capixabas estão por lá, entre eles Thiago Egg, que aproveita o evento para lançar dois livros, "Golo", ao lado de Gabriel Vogas, e "Morri, mas passo bem", um zine sobre a vida para ser ler "acompanhado de um bom café". Na CCXP, Thiago está dividindo a mesa com a também capixaba Amore Boreal, que lança o livro "Las Malvinas - A Maldição de Sueli".
Na entrevista abaixo o autor fala sobre seus trabalhos, a experiência adquirida em outras feiras e responde a pergunta: vale a pena pro quadrinista independente ir para a CCXP? Confira. E se estiver pela CCXP, dê uma visitinha na mesa G22 para bater um papo com o artista.
Você está na CCXP com dois trabalhos autorais. Um solo e em um parceria com o Gabriel Vogas. Fale um pouco sobre eles.
Isso. Esse ano estou lançando o gibi "Morri, mas passo bem", que fala sobre gentileza e aproveitar a vida da melhor maneira possível, pois ninguém sabe o que vem depois! O outro lançamento, em parceria com o Gabriel, é um livro infantil, "Golo", um dos premiados este ano pelo edital da Secult-ES. O livro fala sobre inclusão através do futebol. Ao todo estou levando 5 títulos, contando com meus trabalhos anteriores, todos com foco no público infantil e juvenil.
Quão importante é levar o trabalho pra esses eventos? Você já foi outras vezes, o que trouxe de lá?
Essa é minha terceira CCXP e as expectativas são altas. Participar do evento é custoso e a seleção para os artistas é muito concorrida, então é clara a importância de estar presente e poder divulgar o trabalho para um público tão grande e cada ano mais exigente. Também é uma grande vitrine de trabalho onde encontro editores e consigo contatos profissionais importantes. Todos os anos trago pilhas de quadrinhos que troco e compro no evento, antes de tudo sou leitor e aproveito a oportunidade de reencontrar amigos e outros artistas que admiro.
Rola uma troca com outros artistas? Você sai explorando outros trabalhos independentes como o seu?
A troca é enorme, e é sempre uma festa, apesar da grande correria, por conta do movimento, procuro dar minhas escapadas sempre que posso, principalmente para explorar o Artists' Alley.
Vale a pena pro artista ir? Pagar para expor seu trabalho? Você leva outros materiais ou unicamente os livros?
Nos últimos anos, apesar do custo alto, o evento se pagou e aindaconsegui algum lucro, mas não consigo somente vendendo meus quadrinhos. Apesar do nome ser "comic con", o que mais se procura são as as chamadas fanarts, artes de personagens de séries e filmes criadas pelos artistas presentes, reintegraçoes com nosso traço, sempre em formatos de posters, cartões postais e impressos para não conflitar com os produtos licenciados pelos estúdios que também estão presentes. É a porta de entrada para poder fisgar o público com personagens mais conhecidos e aproveitar para apresentar nosso trabalho autoral.
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