No início dos anos 1990, dois jogos espaciais tinham minha total dedicação: “Wing Commander” e “X-Wing”. O primeiro cativava pela história que ocorria entre uma missão e outra, momentos em que, mesmo de maneira muito primária, o roteiro desenvolvia personagens e relacionamentos. Já “X-Wing” e, mais tarde, “Tie Fighter”, encantava pelo simples fato de me colocar no comando das icônicas naves de batalha do universo “Star Wars”. Talvez seja por isso, num mix de nostalgia da minha parte e qualidade da parte do jogo, que “Star Wars: Squadrons” (PS4, Xbox One e Windows) tenha me agradado tanto.
O mais recente jogo do universo criado por George Lucas traz ótimas referências aos fãs da saga em uma jogabilidade agradável, com uma pequena curva de aprendizado, é verdade, mas nada que afaste do jogo o jogador casual. Mesmo com uma configuração ou outra a ser feita na nave e alguns controles durante a missão, tudo de maneira bem intuitiva, “Star Wars: Squadrons” é simples e agradável de se jogar.
A história se passa pouco depois dos acontecimentos de “O Retorno do Jedi” (1983) e a campanha tem mais ou menos nove horas de duração. O interessante é que o jogador comanda cockpits tanto do Império quanto da Nova República. Assim, algumas missões são complementares, mas com sub a perspectiva do antes inimigo que agora tem que lidar com os acontecimentos da missão que você realizou do outro lado - funciona muito bem.
Em sua campanha single-player, “Squadrons” tem o mérito de contar a história quase toda durante as missões, exceção feita a uma ou outra cutscene nos intervalos entre elas. Nosso papel é de meramente espectador, pois em nada influenciamos a história, apenas a fazemos caminhar, ou seja, não há escolhas a serem feitas, é apenas cumprir as missões. Essa opção parece um pouco equivocada, pois os personagens são interessantes e vivemos em um momento em que as escolhas já fazem parte dos roteiros dos jogos. Ainda assim, a história é agradável se você quiser jogar como um filme interativo.
O que importa é que as missões são divertidas e variadas mesmo que dentro de um padrão. Normalmente deve-se destruir um esquadrão ou proteger um comboio, mas há uma variedade interessante e histórias a serem contadas ali. Os combates são o ponto alto do jogo. Sempre com a visão interna do cockpit, o jogador pode usar estratégias diferentes em combate - cada um, afinal, tem seu estilo.
Por se tratar de um jogo espacial, “Squadrons” carece um pouco de variedade de cenários. Isso não significa, porém, que toda ação se passe na escuridão espacial - os gráficos são lindos e há imagens lindíssimas no espaço, mas algumas missões mais perto da superfície talvez viessem a calhar.
Durante as missões, o jogador comanda oito naves, quatro de cada lado, cada uma delas com particularidades que vão além da estética. Os comandos, a princípio diferente, são bem similares, mas ainda assim um tempinho de aclimatação no primeiro contato é necessário. É por isso que as missões começam devagar, mais exploratórias, dando tempo para que nos acostumemos aos controles antes de mergulharmos no combate. Há classes diferentes de naves para missões diferentes, mas as icônicas X-Xing e Tie Fighter estão lá.
MULTIPLAYER
Confesso, aqui, não ser um grande fã da jogatina multiplayer, preferindo consumir os jogos como uma história, uma narrativa construída aos poucos. O multiplayer de “Squadrons” tem dois modos: Dogfight, um 5 x 5 em que quem alcançar 30 mortes primeiro ganha, e Fleet Battle, em que cada esquadrão tem que defender sua nave mãe e atacar a do adversário.
Os combates, assim como no single-player, são eficazes e divertidos, mas a pouca variação de mapas (apenas seis) causa uma sensação de repetição. De qualquer forma, o que importa é a diversão e a jogabilidade, que continuam ótimas.
Ao fim, “Star Wars: Squadrons” é ótimo. Um jogo divertido, imersivo e cheio de referências para aquecer o coração dos fãs de “Star Wars”. A campanha poderia ser mais interativa, oferecendo escolhas, mesmo que ilusórias, ao jogador, mas isso não compromete a diversão.
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