Muito se fala na potência da rede social devido à informação rápida e dinâmica. Mas isso nem sempre acontece de forma verdadeira ou positiva e muitas vezes são usadas para fazer o mal.
Internet é mesmo terra de ninguém? Um lugar onde todos podem dizer o que bem entendem sem qualquer tipo de sansão? E qual o limite dessa liberdade de expressão? Recentemente o comediante Léo Lins, um dos integrantes do programa 'The Noite', apresentado por Danilo Gentili, usou forma indevida relacionada a imagem da modelo plus size Bia Gremion, e do seu companheiro Lorenzo MagnaBoshi, homens trans, para chamar atenção do seu público no intuito de vender ingressos pros seus próximos shows.
O objetivo de “chamar atenção” utilizando a foto de uma mulher gorda e de seu companheiro, na intenção de causar impacto, configura gordofobia e transfobia. Qual o limite para essas ações?
A modelo e a sua advogada já estão tomando todas as providências jurídicas, para que o “humorista” seja responsabilizado pela atitude discriminatória e pelo uso indevido de imagem para fins comerciais. Mesmo com toda a repercussão negativa, Léo Lins continuou se posicionando de maneira agressiva e se intitulando o “Rei do Humor Negro”, expressão racista, ultrapassada e que só comprova como o humor muitas vezes não entretém, mas contribui para criar uma sociedade opressora.
Notícia falsa
Outra situação absurda envolvendo discursos de ódio na internet foi o caso do influencer e ativista Caio Revela, que ficou entre os trending topics do Twitter com a #ripcaiorevela, decorrente de uma notícia falsa anunciando seu falecimento.
Corre a notícia de que a fake news foi originada dentro de um grupo do Facebook conhecido como “LDRV”, que é exclusivo de ataques e conteúdos tóxicos na internet (como isso existe?).
A fake news utiliza a imagem de Caio ao lado de um corpo gordo em uma cama de hospital. E alegam que sua morte decorre de “obesidade mórbida”. Gordofobia, é o nome que se dá a essa atitude grotesca, que já passou da hora de ser criminalizada.
O delegado da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Brenno Andrade, alerta sobre os crimes contra a honra no âmbito cibernético. “Infelizmente esses crimes contra a honra crescem cada vez mais na esfera da internet, pois muitos acreditam que nenhum tipo de conflito possa ocorrer dessas atitudes. Mas enganam-se, pois existe a responsabilização tanto na esfera criminal quanto na esfera cível para esses tipos de conduta. E mesmo que esses crimes sejam cometidos por perfis fakes, a polícia civil já possui mecanismos de investigação capazes de identificá-los”
O Delegado também orienta as vítimas a náo deixarem de prestar seus depoimentos e procurarem seus direitos nesse sentido.
Internet não é terra de ninguém. E é preciso que se deixe claro que a liberdade de expressão tem limite a partir do momento que fere, discrimina e ofende a dignidade de qualquer pessoa.
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