A boa notícia é que chegou ao Brasil mais uma marca conceituada em beleza e diversidade que promete tomar conta das nossas penteadeiras e comprometer o nosso bolsinho, não é mesmo?
Sim, Rihanna, a cantora e dona dos hits “Umbrella", “Diamonds”, entre tantos outros, lançou no Brasil sua linha de maquiagem tão desejada e que é um exemplo no quesito representatividade.
A Fenty Beauty é pioneira em representatividade na make por trazer 50 tonalidades de bases e corretivos, pensando assim em contemplar diversos tipos e tons de pele, o que até então sempre foi objeto de discussão principalmente dentro do movimento negro.
Rayane Souza
Colunista
"Rihanna trouxe essa diversidade de tons e biotipos para sua marca, democratizando a beleza e suas peculiaridades."
A marca chegou ao Brasil esta semana e algumas polêmicas foram geradas - uma delas em relação aos preços. Tratam-se de produtos importados, apresentados por uma franquia internacional. Assim, com todos os encargos e a alta do dólar, seus valores não seriam popularmente acessíveis, o que não os torna inviáveis analisando-se qualidade, diversidade e proposta, que já carregam excelentes referências.
Mas a polêmica maior girou em torno dos influenciadores selecionados para a divulgação da marca. Muitos manifestos surgiram na internet a respeito da falta de representatividade no time escalado.
Era esperado que, por tratar-se de uma marca criada por uma mulher negra e pioneira na criação de tons que atendam a pele negra, o time de influenciadores estivesse bem representado nesse quesito. Logo a internet, e principalmente influenciadores, atacaram as escolhas feitas pela Sephora, responsável pela revenda da marca.
REPÚDIO
Outra polêmica diz respeito à ausência de mulheres gordas na campanha. “Mas ela não é gorda” ou “ela é gorda mas é branca” foram alguns dos comentários questionados nas redes, que expressaram um certo repúdio ao formato de divulgação.
O time de influenciadores foi divulgado e traz entre os nomes Ludmilla, Preta Gil, Thelma (BBB), Tiama, Ju Romano, Amanda Mendes (Tô de Crespa), Rômolo Cricca, entre outros.
Eu vejo representatividade, e talvez esse seja o outro lado da história.
Entendo que os movimentos vibram com a chegada de marcas que valorizam a diversidade e o anseio de fazer parte disso. Mas acredito que a melhor forma de crítica é a construtiva, e não a segregadora.
Afirmar que não houve representatividade na campanha de influenciadores é um grande equívoco, mas dizer que poderia haver mais nomes, mais diversidade de gênero, entre outras personalidades, é sempre válido.
Percebi muitas críticas seletivas, do tipo "apoio o crescimento e o trabalho de um porta-voz se ele fizer parte do meu grupo de relacionamentos". Vejo isso como um grande problema e uma grande barreira para que grandes causas e movimentos realmente ocupem determinados espaços.
A marca chegou para ficar. Muitos amaram, mas muitos também se decepcionaram, e mesmo que por um momento o lançamento tenha perdido o foco para as rivalidades, as prateleiras da Sephora já estão vazias e todos os produtos da Fenty Beauty já estão esgotados. Quem ganha ou perde com essas polêmicas? Fica a reflexão.
Vamos comemorar as pequenas vitórias e as pequenas conquistas, mesmo que elas não ocorram dentro do "nosso" esperado! Que a representatividade seja um “plural” e não um nome ou um indivíduo, e que as críticas possam ser mais construtivas e menos egocêntricas.
Chega de reclamação! Bora juntar nossas notinhas e moedas, porque os boletos vêm e a Fenty Beauty merece um espacinho em nossos corações.
Acompanhe a colunista também no Instagram.
Este vídeo pode te interessar
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.