Dia de vitória! Foi com esse veredito que o Juiz da Vara de trabalho de Muriaé, em Minas Gerais, condenou uma empresa mineira em danos morais, a indenizar em R$ 50 mil sua ex-funcionária por assédio moral decorrente de gordofobia.
A funcionária foi representada pela advogada Grazielle Gonçalves Berizonzi, e o relato mostra que, durante o seu tempo de trabalho na empresa, seu empregador a obrigava a prestar contas de seu peso.
“Na petição consta que no ato do pagamento do salário, o empregador, que possuía uma balança em seu escritório, dizia que o pagamento só seria realizado se ela subisse e comprovasse seu emagrecimento” relata a advogada.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
Na defesa, o empregador alegou a atitude afirmando agir dessa maneira por se considerar um “pai” para a funcionária, com intuito de proteção, preocupação e cuidado com o peso dela. Mas, de fato, o controle de peso da funcionária não foi interpretado dessa maneira, e sim como violência psicológica e um tratamento humilhante vexatório.
A gordofobia pode ser sutil, e por ser algo tão “enraizado” no comportamento humano, nem sempre conseguimos enxergar os efeitos causados por ela, o que dificulta que olhemos para esse ataque como um objeto jurídico. É um caso em que podemos perceber como a gordofobia se manifesta ao redor de nós, seja em abordagens mais indiretas ou de maneira nítida e constrangedora. E isso acontece todos os dias e em todos os lugares.
Fica o exemplo, tanto para os empregadores quanto para o trabalhador que talvez tenha sofrido - ou esteja sofrendo - em seu ambiente de trabalho qualquer tipo de pressão ou constrangimento em relação ao seu corpo, pois os entendimentos estão mudando e os direitos sendo aplicados.
Em tempos que a gordofobia ainda é vista por muitos como uma causa sem sentido, as decisões mostram o contrário, trazendo o tema para o lugar relevante que merece. Isso precisa ser discutido.
A gordofobia jamais deve ser relativizada e explicada dentro de outros conceitos, é uma discriminação específica, fruto de um preconceito enraizado e naturalizado ao longo da história. Por muito tem não foi discutida, nem pautada. Hoje isso está mudando. Ainda bem, porque esse tipo de comportamento pode trazer danos irreversíveis, físicos e psicológicos, às vítimas.
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