Tudo começou com o protesto da influenciadora digital Nyome Nicholas - Wiliams, do Reino Unido. Ela observou que toda vez que postava uma foto cobrindo os seios nus no Instagram, a plataforma retirava sua postagem.
Entramos na discussão sobre liberdade de expressão e artística, quando esses posts são questionados e apontados como “de sexualização” por muitos usuários, o que leva a plataforma aplicar os seus critérios de retirada desses conteúdos.
Mas vamos refletir: e as fotos e postagens de atrizes famosas, fotógrafos, e mulheres de corpos padrões que são publicadas seguindo o mesmo conceito, mas não são retiradas pela rede? É diferente, né? Não, não é diferente.
É GORDOFOBIA
Estamos falando de gordofobia! O critério não deve e não pode ser seletivo. O corpo gordo ou “fora do padrão” sempre foi estigmatizado como algo que choca negativamente, assim como uma mulher gorda nunca possuiu o direito de se sentir bela e livre para exibir o seu corpo sem ser fetichizada ou objetificada de forma sexual.
Há alguns meses a influencer plus size brasileira, Mel Soares, viu seu conteúdo derrubado pela plataforma, após expor uma foto com os seios cobertos com as mãos e braços. A foto trazia todo um conceito sobre empoderamento e autoestima digna de muita admiração.
Ela foi surpreendida com a retirada e se manifestou com propriedade nas redes, gerando repercussão e debate sobre o assunto, incluindo reação de diversos artistas que também militam sobre o corpo livre e diversidade como a atriz Tais Araújo, Cacau Protásio, entre outras. O Instagram retornou a foto da influencer após toda discussão gerada.
A grande conclusão disso tudo é que a rede infelizmente censura de maneira seletiva, excluindo a diversidade de corpos.
E infelizmente, ela também não possui um filtro ativo que interrompa atividades de postagens e perfis ofensivos, abrindo apenas a possibilidade de denúncia por parte de usuários, mas que dificilmente levam a retirada do post, e muitos desses conteúdos grotescos ainda são permitidos pela rede, levando os usuários buscarem suas defesas por conta própria na Justiça.
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O Instagram não precisa apenas alterar suas regras de exibição de corpos, mas principalmente se tornar uma rede atenta aos conteúdos que são de fatos relevantes. De acordo com estudos de psicologia, a rede é apontada como a que mais desencadeia ansiedade e depressão em seus usuários, e ainda assim a plataforma permite que muitos conteúdos opressores continuem sendo praticados.
Aguardamos as novas políticas do Instagram, e contemplamos assim mais uma vitória pro movimento 'body positive' e anti-gordofobia. Mas falta muito, viu?!
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