Como uma defensora da liberdade feminina, logicamente aprisionar o meu corpo em algum padrão para agradar e atender as expectativas masculinas está fora de cogitação, mas infelizmente muitas mulheres vivem este dilema.
Precisamos entender que o fato de engordar ou ganhar peso, precisa ser ressignificado e jamais interpretado como fracasso, relaxamento ou qualquer sinônimo ruim que possa ser colocado em cima de um corpo. Engordar pode estar ligado a diversos fatores e emoções que nem sempre estarão ligados a ingestão de comida em excesso como causa principal. E isso já nos alerta para que talvez a sua parceira neste processo de ganho de peso, precise mais de ajuda do que julgamentos.
Vocês se conheceram, se apaixonaram, estão juntos há alguns anos, e tenho certeza que existe algo muito mais importante e decisivo que os fizeram escolher um ao outro do que apenas uma barriga negativa, não é? Sim, com certeza. Porque a atração é natural e nos desperta inicialmente, mas convenhamos que é apenas a ponta minúscula desse barco chamado relacionamento.
SEM CULPA
Por que ele reclama? Por que ele cobra?
Talvez esteja na hora de inverter os questionamentos e refletir: Porque o problema necessariamente é sobre mim e não sobre ele?
Essa culpa não pode ser colocada sobre nós, simplesmente, porque ela não existe. Você e nem ninguém pode carregar “culpa” por algo tão banal que é ganhar peso. E se essa responsabilidade está sendo jogada em cima de você, de maneira que te coloque pra baixo e te crie dúvidas sobre o seu valor como mulher, tenha certeza que o “peso problema” é outro.
A construção do desejo masculino é de grande parte corporal e visual, juntamente com a ilusão e fantasia criada em suas mentes sobre o sexo e a forma que eles acreditam que devemos satisfazê-los. E isso já começa muito errado, porque historicamente nosso corpo sempre foi discutido e avaliado como instrumento de agrado e aprovação masculina.
Rayane Souza
Colunista
"Eu brigo com a balança e me privo de alimentos para alcançar um corpo que me agrade ou que agrade o meu marido"
Eu brigo com a balança e me privo de alimentos para alcançar um corpo que me agrade ou que agrade o meu marido? E as mulheres que se tornaram mães, que passaram por uma gestação recente, e que o corpo talvez não volte a ser como antes? Como lidar com isso?
DIÁLOGO
A resposta é simples, diálogo! Essa conversa precisa acontecer, e tudo precisa ficar claro. Para muitos pode ser uma conversa definitiva, afinal estamos sujeitos a ouvir o que estávamos evitando há um certo tempo, mas acredite que algo muito bom pode acontecer: a liberdade.
Ou você se livra da culpa de achar que fracassou, que frustrou o seu companheiro, e juntos vocês decidem ressignificar a relação e encontrar novamente essa faísca, ou você resolve se livrar desse peso, que no caso era ele , que te colocava pra baixo e te fazia duvidar de si mesma.
Mulheres não estão subordinadas a satisfazerem as expectativas sexuais, visuais e corporais de seus homens. Estamos no século XXI e já entendemos que não existe nada mais atraente do que uma mulher que se sente segura com seu corpo e de quem ela é, e que esse processo independe da aprovação deles, ou de quem quer que seja.
Homens, valorizem cada milímetro de suas mulheres, se desconstruam! E principalmente tenham empatia. Uma crise pode ser a abertura de uma enorme possibilidade de redescobrimento como casal, do cotidiano ao sexo. E se faltou tesão, se questionem: "o problema pode ser meu?". Deixo a reflexão.
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