Comprar um carro em leilão pode ser um bom negócio, mas a maioria pode se decepcionar muito no momento de iniciar os reparos. E é exatamente por isso que os interessados nesse tipo de aquisição precisam conhecer muito bem sobre mecânica e funilaria para que não comprem o famoso “gato por lebre”.
O artigo de hoje é para você, querido leitor, que deseja conhecer um pouco mais sobre o assunto ou que está interessado em comprar um carro proveniente de leilão. Hoje temos leilões no formato presencial e no formato on-line e cada modalidade tem o seu próprio regulamento. Por isso é imprescindível ler o edital.
A oportunidade do leilão é, principalmente, pelo arrematante ter uma vantagem em relação ao preço da aquisição. Mas ele também deve saber que não é só o valor do carro que terá de pagar, mas também será preciso arcar com a cota parte do leiloeiro que gira em torno de 5% do valor do bem.
Além disso, há uma taxa de administração de custos com variação, geralmente, do valor de R$ 300 a R$ 1.300 por carro adquirido. Fato é que comprar carro em leilão não é para amador. É preciso sim conhecer todo o processo.
O ambiente de participação em leilão é, na verdade, uma experiência. Tem aquela empolgação inicial no momento da compra, quando você está interessado em um carro, você dá um lance e uma pessoa, lá do outro lado, dá outro lance e aí começa a disputa. Lá no seu íntimo surge aquele sentimento: “eu não vou perder, eu vou ficar com esse carro”.
O curioso é que o sentimento que vem para o outro é o mesmo, de também querer ganhar. E o resultado é acabar comprando o veículo num valor mais caro do que você pretendia pagar.
Pois bem, além da expectativa, temos de estar atentos à parte prática. E isso envolve a análise de diferentes tipos de carros que são arrematados em leilão. Então vamos agora falar sobre a proveniência de cada um deles.
1. Carro de seguro
O carro que está sendo leiloado é um PT (perda total) que vem de uma seguradora. Vejam bem, amigos leitores, esse tipo de carro para ser arrematado precisa ser avaliado por um mecânico e, a depender da situação, por um lanterneiro para verificar se, realmente, vale a pena o lance diante das avarias e respectivo custo para conserto.
Outro ponto de total atenção é que as seguradoras não fazem mais seguros para esse tipo de carro. Há algumas que até aceitam a cobertura, mas com restrição a 75% do valor do bem. Registra-se, ainda, que o carro fica registrado no Detran como carro proveniente de leilão o que, invariavelmente, gera perda no valor de revenda.
2. Carro de locadora
Cada vez mais as locadoras têm colocado o seus carros para venda em leilão. Esses carros também ficam registrados no Detran como carro proveniente de leilão, mas sem sinistro, isto é, não sofreu colisão, o que reduz o impacto de avaliação no momento da revenda. O cuidado aqui é realizar uma avaliação mecânica em função da alta quilometragem que esses automóveis apresentam.
3. Carro recuperado por uma financeira
Muitos bancos recolhem os carros de clientes que não conseguiram quitar o financiamento e, como consequência, os carros são levados a leilão. O cuidado aqui é o mesmo. Precisa levar a um mecânico para verificar o estado do carro.
Muitas vezes por saber que vai perder o carro, o devedor acaba não sendo cuidadoso e esses carros, portanto, apresentam amassados ou mesmo batidas. O ponto de atenção é a verificação do estado do motor. Carros recuperados também possuem o registro no Detran como carro de leilão sem sinistro.
4. Carros apreendidos pela polícia
Os carros provenientes de atividades ilícitas e apreendidos pela polícia também podem ser levados a leilão. Muitas vezes há carros importados e antigos.
Esse tipo de leilão é só para especialista, para quem sabe o que está comprando, conhece sobre a máquina. Quando se trata de carro antigo, geralmente as apreensões são de relíquias e, para quem é colecionador, trata-se de uma grande oportunidade de arrematar o bem de seu desejo.
A pergunta então é: vale a pena comprar um carro de leilão? E a resposta, após compartilhar com os amigos leitores todas essas informações, estará na análise do benefício financeiro de valor de aquisição do bem e, em contrapartida, no quanto o arrematante terá que investir para o conserto de eventuais avarias ou, ainda, no valor da futura revenda. A partir desse exercício você poderá tomar uma decisão segura se vai, ou não, fazer um bom negócio no leilão.
E para você, que já possui um carro proveniente de leilão, também vou deixar uma dica: o maior cuidado que você precisa ter é avisar, de preferência formalmente, ao novo comprador, que o carro é de leilão. Afinal, o combinado não sai caro, não é mesmo?!
E para aqueles que desejam ainda mais segurança para atuar nesse ramo de negócio, deixo aqui a dica de contratação dos serviços de empresas especializadas em vistorias. Os profissionais, experientes, realizam a busca documental da proveniência do veículo e apresentam um retrato do bem cuja arrematação é pretendida.
Afinal, o barato não pode sair caro, meus amigos!
Até a próxima coluna. Forte Abraço!
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