O tema carros elétricos está muito em voga e, a bem da verdade, nos dias atuais quando o motorista vai comprar um carro, logo surgem as perguntas: carro elétrico é um bom negócio? O custo vale a pena? A bateria vai ser problema? O consumidor, muitas vezes perdido, fica na dúvida se muda para o carro elétrico ou se permanece no carro à combustão. Ou se, no meio do caminho, opta pelo carro híbrido.
O artigo de hoje da coluna Motor A Gazeta tem, como proposta, compartilhar curiosidades sobre carro elétrico, em especial sobre a história do carro Tesla.
Uma curiosidade que não sei se é de conhecimento geral, mas a Tesla não foi fundada pelo famoso bilionário Elon Musk. Na verdade, a empresa foi fundada em 2003 pelos empresários Martin Eberhard e Marc Tarpenning em Palo Alto na Califórnia. O nome foi dado em homenagem ao cientista Nikola Tesla que, à época, não teve o reconhecimento merecido pelo seu feito um tanto quanto inovador.
O conhecido Elon Musk aparece no cenário ao financiar 7,5 milhões de dólares em 2004, assumindo o cargo de presidente do conselho da empresa. O diferencial da montadora é o desenvolvimento de toda a tecnologia na empresa, o que gera economia em patentes e também aprimora a performance no desenvolvimento das novas tecnologias para carros elétricos.
Foram anos em laboratório até a estreia, no ano de 2006, com o modelo T-Zero, um carro conceito com um sistema próprio de eletrônica de motor e conector de carga. O primeiro modelo, com produção limitada, a ser colocado em circulação foi o Roadster, um esportivo que tinha uma autonomia de 350 km em uma carga, alcançando de zero a 100 em pouco menos que 4 segundos.
O segundo carro da Tesla foi o Model S, sendo o primeiro sedã 100% elétrico.
No intervalo até maio de 2009, como é comum em toda nova tecnologia, a Tesla passa pelo primeiro recall de segurança, com 345 carros que sofreram por ajustes no sistema de parafuso da roda traseira e, vejam que incrível, a empresa enviou um técnico na casa de cada consumidor para solucionar a anomalia. Isso é o que podemos chamar de verdadeiro acompanhamento e zelo pela jornada do cliente.
E não pararam por aí!
O sonho continuou com o terceiro carro, o Model X que foi o primeiro modelo SUV da Tesla com a irreverência das portas abrindo para cima, com capacidade para 7 passageiros e autonomia de 474 km com uma carga completa.
Em 2012 foram iniciadas as vendas do Model S. E como nem tudo são flores, nesse mesmo ano acontece ocorre uma colisão com um Tesla que pega fogo. E tendo o motorista sido avisado pelo sistema onboard, por bem ele não se feriu, mas o episódio acabou derrubando as ações da empresa.
Já em outubro de 2016 a Tesla começa mudar o conceito dos carros, com a produção dos carros autônomos nos modelos Model S, Model X e no novo modelo Model 3. Totalmente arrojados, com oito câmeras com visibilidade 360° graus, 12 sensores ultrassônicos, freando sozinhos, com a direção retornando para a posição certa na distração do motorista, além de apresentarem direção autônoma.
Mas o leitor deve estar se perguntando: quais os benefícios de se ter um carro da Tesla?
São inúmeros os fatores que eu poderia apontar, dentre eles cito aqui os mais interessantes:
- O Tesla foi considerado o sedã mais confortável da categoria.
- Roda mais quilômetros do que outros modelos elétricos.
- Oferece duas opções de bateria de 75 a 100 KWh.
- Oferece inúmeras opções tecnológicas como central multimídia, vários sensores e piloto automático.
- O carro pode chegar a 100 km hora em 2,7 segundos.
A esta altura o leitor deve estar se perguntando: quanto custa um carro Tesla no Brasil e onde eu posso comprar?
O Tesla não é um carro brasileiro então, para adquiri-lo, é necessário recorrer à importação direta, a importadores ou mesmo comprar um usado já em circulação. Dentre os modelos, temos o modelo 3, o modelo X e o modelo S.
Outra dúvida recorrente que surge, em matéria de carros elétricos, é: como fazer a manutenção do carro da Tesla?
Para resolver o problema, os donos de Tesla formaram um grupo, que podemos até mesmo chamar de fãs, para contratação de mecânicos especialistas, oriundos do México, para desempenho dos serviços. Se brasileiro é apaixonado por carro, está aí uma prova disso! Podemos dizer que é um fã clube do Tesla.
Agora, ainda que não haja a oferta do serviço presencial por parte da montadora, o mesmo não se pode dizer do atendimento on-line. Isso porque pelo aplicativo do carro é possível abrir um chamado o técnico que, remotamente, opera o sistema, faz o diagnóstico e, a depender da ocorrência, consegue resolver no ambiente virtual.
E uma outra curiosidade que trago é: quais peças que deixam de existir nos carros elétricos?
Os motores elétricos têm pouquíssimas partes móveis, portanto, muitas peças de um motor à combustão, no elétrico, deixam de existir. Uma infinidade de peças como pistões, virabrequim, comandos de válvulas, velas, correias, polias e os bicos injetores ficam de fora.
E não para por aí! Óleo do motor, óleo de caixa, filtro de ar, filtro de óleo, filtro de combustível. Nada disso mais será preocupação para o motorista. Já pensou que seu carro não vai mais vazar óleo? De igual modo o radiador, a bomba d'água, reservatórios e todas as mangueiras também não são necessários em carros elétricos.
O mesmo ocorre com o sistema de escapamento, os dutos que começam lá no motor e terminam no silencioso traseiro. Percebam que os motores elétricos não produzem nenhum tipo de gás e também não geram ruído. Aliás, uma das marcas dos carros elétricos é o silêncio do funcionamento do motor.
O tanque de combustível também sai de cena nos modelos elétricos e as linhas de combustível que o levam até o motor também. A embreagem não existe, disco, colar e platô, já era! Não vai ter mais o pedal para descansar o pé e desgastar a embreagem. E uma outra curiosidade que surge para os carros elétricos: o automóvel vai ficar mais leve?
Por incrível que pareça a resposta é não! Mesmo com a retirada de todos esses itens, uma enorme economia de peso deveria ocorrer na prática. Contudo, carros elétricos costumam ser bem mais pesados do que modelos equivalentes a gasolina por causa do peso extra das baterias. Então acaba que uma coisa compensa a outra.
E a pergunta que não quer calar é: para onde vai toda essa cadeia de comércio e serviços que gira em torno da indústria automotiva de carros à combustão? E os funcionários dessas fábricas de peças que não serão mais utilizadas? E as oficinas mecânicas de carros à combustão?
Certo é que a resposta ainda não está pronta. Teremos ainda mais alguns anos pela frente para que o mercado de veículos elétricos ganhe corpo e expressividade.
Mas fato é que a evolução chega para todos e as adaptações vão se ajeitando ao longo do tempo. O que não podemos fazer é ficar assistindo da arquibancada. Esse jogo precisa ser jogado. Cursos, capacitações e conhecimento sobre esse novo mercado automotivo são o caminho que essa cadeia produtiva já precisa começar a percorrer.
Com o carro elétrico ou à combustão, espero você, amigo leitor de Motor A Gazeta, em nossa próxima coluna!
Forte abraço!
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