Olá, amigos leitores de A Gazeta. Hoje eu trago para vocês uma curiosidade do mundo do automóvel. Vocês já devem ter ouvido falar que os produtos de antigamente têm durabilidade bem maior do que os atuais. E isso também se aplica aos automóveis. É verdade!
Os carros de antigamente eram mais resistentes porque utilizavam o mesmo tipo de aço. E com a evolução tecnológica, cada fábrica passou a atuar em inovações e lançar protótipos com novas estruturas, trazendo mais leveza, segurança e performance na dirigibilidade.
E aproveito para lançar, de início, a seguinte pergunta: por que os carros antigos eram mais resistentes? Entre os mais experientes a gente escuta muito a expressão: “os carros de antigamente eram melhores porque aguentavam mais pancadas!”
Mas, se por um lado a resistência preservava a lataria dos automóveis das décadas de 60, 70, 80, por outro, em uma colisão mais forte, o condutor e os passageiros estariam mais vulneráveis para sofrerem os impactos.
A estrutura desses carros antigos era composta de um aço muito resistente e em casos de colisão de pequena monta, a lataria em nada era comprometida. Mas quando ocorria uma colisão mais forte, o impacto era muito prejudicial ao carro, ao condutor e aos passageiros.
Isso porque muitas vezes o carro empenava, torcia ou, acreditem, desmanchava em uma forte colisão. E a maior consequência nos acidentes: o impacto atingia diretamente os passageiros.
A essa altura os leitores de A Gazeta devem estar fazendo a seguinte pergunta: o que mudou nas carrocerias dos carros mais novos?
Ao longo dos anos as fábricas dedicaram-se muito nos estudos de inovação tecnológica sobre o cockpit, que é o local do carro onde se posicionam o motorista e os passageiros. O fator “segurança” é considerado primordial e o airbag é fruto dessa evolução, resguardando muitas vidas em casos de colisão.
Zona de deformação programável
Fato é que os carros de hoje amassam muito mais do que os de antigamente mesmo e alguns motoristas chegam a utilizar a expressão “desmancham”. Mas esse efeito é o que identificamos como “zona de deformação programável” e o carro foi projetado justamente para ter essa zona de deformação com a finalidade maior de preservar o condutor do impacto em uma colisão.
Essas deformações são responsáveis por dissipar a energia de uma colisão e reduzir o impacto da força que chega até os ocupantes do veículo.
Explicando tecnicamente essa tecnologia, nós temos o monobloco de um carro com diferentes tipos de aço. E o que isso gera como consequência? Na prática, um aço pode amassar e colapsar mais do que o outro, mas há locais cuja resistência precisa ser maior, como por exemplo, a lateral do carro que precisa resistir ao impacto de uma colisão.
Continuando a explicação, se por um lado há partes em que o aço precisa ser mais rígido, há outras em que o aço mais macio deve se deformar. Geralmente eles estão posicionados nas extremidades dianteiras e traseiras, onde ocorrem, com mais frequência, as colisões.
Para-choques retráteis
Deixando aqui uma informação adicional aos leitores, os para-choques de hoje também têm tecnologia aplicada e são retráteis, o que indica, numa pequena colisão, que eles amassam, mas retornam ao estado anterior, absorvendo o impacto.
Muitas vezes escutamos a fala de alguns motoristas dizendo que “foi uma batidinha pequena, nem saltei do carro, não aconteceu nada no para-choque”. Mas quando a tampa traseira é aberta, verifica-se a extensão do amassado em virtude da absorção do impacto. O movimento é de bater e voltar para posição quase que original, mas esse movimento acaba amassando o painel e o assoalho traseiro.
A indagação final que proponho na coluna de hoje é: e o carro mais novo é mais seguro?
A resposta é sim. É bem mais seguro.
E registro aqui, para os leitores de A Gazeta, um estudo realizado nos Estados Unidos comparativo de dois marcos temporais: colisões com veículos na período de 1997 a 2007, aferindo-se que, a cada 100 mil carros com colisão registrada, havia uma taxa de 17,8% de mortes; e colisões com veículos a partir do ano de 2017 em diante, aferiu-se que, a cada 100 mil carros com colisão registrada, a taxa de mortalidade caiu para 10%.
A conclusão não é outra: fiquem tranquilos, amigos leitores, porque hoje os carros são bem mais seguros e a estrutura de aço é muito mais tecnológica e inteligente, com especial atenção à segurança do motorista e passageiros. Afinal: a preservação da vida vem em primeiro lugar!
Até a próxima coluna.
Forte abraço!
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MAIS RICARDO BARBOSA
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