Estamos na era do acesso, em que se valoriza o poder de usufruir sem necessariamente possuir determinado bem. Nessa extensão de pensamento, empresas de compartilhamento de bens de luxo vieram à tona e estão espalhadas em todo território nacional garantindo esse “consumo inteligente”, com o benefício de divisão de despesas e menor investimento com essa modalidade.
É certo que um patrimônio de alto valor se enquadra como um elemento de terceira necessidade, daí acaba que alguns potenciais consumidores não criam coragem de investir pelo montante imobilizado, como também os custos de manutenção.
Ainda assim, o desejo pelo desfrute de automóveis premium é bem sedutor, tanto que é uma das paixões da maioria dos brasileiros.
Dentro desse contexto, esse novo formato promete a realização desse sonho de forma mais acessível.
A princípio, esse novo cenário começou com a partilha societária de embarcações, como por exemplo, lanchas e jet-skis. O que deu muito certo, já que esse tipo de patrimônio demanda manutenção de rotina e é pouco usado por um proprietário solitário.
A partir disso, o movimento avançou para os imóveis (casas de praia, casas de campo, etc) e também para os automóveis de luxo. Dessa forma, emprega-se menos recurso e divide os custos, tornando possível para um maior número de interessados.
Essa cultura se motivou baseado no novo mundo que vivemos de tantos serviços como aplicativos para aluguéis de casas e transporte, fora apps que promovem o uso consciente e partilhado.
No caso dos veículos, é necessário destacar alguns aspectos singulares. Quando se pensa na comercialização de autos usados é levado em consideração o estado de conservação, quantidade de donos, quilometragem, entre outros detalhes.
Tendo isso em vista, o elemento de uso compartilhado pode ferir um desses pré-requisitos de aceitação do consumidor, o que implicará numa possível depreciação de valor de mercado.
Por fim, é inegável que o pensamento de consumo está em constante mudança. Porém, existem fundamentos da mentalidade que são imutáveis. Logo, deve-se avaliar: o que motiva o comprador do luxo?
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