Com a chegada do inverno, as regiões Serrana, com Pedra Azul em destaque, e do Caparaó se tornam destino preferenciais para turistas, sejam eles os próprios capixabas ou visitantes de outros Estados, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Já se disse que Pedra Azul possui um dos melhores climas do Brasil, e até do mundo, o que, na prática, é apenas um marketing para reforçar os atrativos do lugar, que tem na própria montanha, também chamada de Pedra do Lagarto, seu ápice paisagístico. Com diversas pousadas, casas de chá e restaurantes charmosos, a região oferece várias opções aos visitantes.
Nesse ponto, cabe, porém, ressaltar que lá também existem vários condomínios de sítios e chácaras, com casas pertencentes em sua maioria aos moradores da Grande Vitória, configurando o que se chama tecnicamente de “turismo de segunda residência”, ou seja, pessoas que possuem casa de final de semana e que frequentam a região diversas vezes ao ano.
Em todo o mundo existe o turismo de segunda residência. Contudo, é muito comum haver visões divergentes entre “esses turistas” e aqueles que se hospedam em hotéis e pousadas, de tal modo que a presença “dos estrangeiros” incomoda os “habitués do pedaço”. Ou vice-versa. No último verão europeu, por exemplo, uma turista inglesa, em férias na costa da Espanha, reclamou do excesso de espanhóis na região! Já, aqui, o que se viu foi a preocupação dos residentes e frequentadores habituais de Pedra Azul com um evento de música eletrônica que atrai milhares de jovens, programado para ocorrer na região.
Não obstante, todos sabem que o grande entrave para o desenvolvimento do turismo na região é mesmo a BR 262. Conforme reportagem deste Gazeta Online em 30/06/19, desde sua inauguração, há 50 anos, a rodovia é a mesma, porém com mais buracos e veículos trafegando, o que não só dificulta o acesso ao local, como de fato a faz ser uma rota perigosa, haja vista o número de acidentes nesta estrada.
E aí vem uma questão fundamental: o turista para desfrutar dos atrativos da região Serrana sempre precisa deslocar-se por carro, em estradas, sejam elas de grande fluxo, como a BR 262, seja pelas diversas rodovias estaduais ou pelas estradas vicinais não pavimentadas. O turista não conta com nenhum meio de transporte que não seja o seu próprio veículo, tornando o deslocamento pela região ainda mais perigoso, ainda mais quando se associa o frio a uma boa comida acompanhada de vinho.
Muitos destinos de turismo de inverno, como Gramado, no Rio Grande do Sul; Campos do Jordão, em São Paulo; e Petrópolis, no Rio de Janeiro, ou até mesmo Ouro Preto, em Minas Gerais, são pequenas áreas urbanas, onde estão localizados muitos dos atrativos, permitindo um deslocamento fácil para os visitantes, que podem até mesmo fazer muitas atividades a pé. No Espírito Santo, Santa Teresa é talvez o único lugar que possui tal característica.
O turismo de inverno muitas vezes é também associado ao turismo ecológico e de aventuras, pois ao pensarmos em locais frios também se pensa em cachoeiras; estas, porém, acabam sendo mais atraentes justamente no verão, quando se pode refrescar em suas águas geladas.
É o caso do Parque Estadual de Pedra Azul, com seus poços naturais, agradáveis para mergulhar no verão, mas congelantes no inverno.
Todas essas observações também valem para o Caparaó que, com toda sua beleza, incluindo o Pico da Bandeira, as várias cachoeiras, pousadas charmosas, etc, obriga o visitante a extensos deslocamentos caso queira visitar alguns dos diversos atrativos da região.
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No entanto, a despeito de tais características, o turismo de inverno no Espírito Santo vem crescendo paulatinamente e de modo sustentável. É hora de tirar o casaco do armário e pôr o pé na estrada!
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