Você já ouviu falar em escola cervejeira? É muito comum ver o termo por aí, e também aqui, nesta coluna. Mas, afinal de contas, o que ele significa? No mundo das cervejas, usamos a palavra "escola" para designar uma região que originou algum estilo da bebida.
Além de entender o uso dos insumos locais para a produção da cerveja, as escolas têm distinções que trazem à tona muito da história e da cultura da região onde ela é feita.
Conheça a seguir as quatro principais escolas cervejeiras do mundo.
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Escola Alemã (Alemanha, Áustria e República Tcheca)
A alemã é, sem dúvida, a escola cervejeira mais popular e cultuada de todas. Algumas figuras emblemáticas, como o alemão com trajes típicos bebendo uma caneca de chope, copos de cerveja sempre cheios e a própria Oktoberfest nos remetem à escola alemã, também ovacionada por sua precisão. A Lei da Pureza Alemã (Reinheitsgebot) e as cervejas da família Lager surgiram na região que abrange Alemanha, Áustria e República Tcheca. Outros grandes marcos da Escola Alemã são a criação do estilo Pilsen (originário da cidade de Pils, na República Tcheca), a criação das Weizen (as cervejas de trigo) e também de outros estilos icônicos, como as Bock e as Gose.
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Escola Belga (Bélgica, Holanda e França)
A belga é a escola cervejeira da inovação e da criatividade. Bem antes da Escola Americana criar cervejas diferentonas, já eram marcos dessa escola fermentações espontâneas, adição de ingredientes inusitados e de frutas e especiarias. As famosas cervejas trapistas, feitas por monges da Ordem Trapista, também são, em sua maioria, dessa região. Outra característica interessante da escola é o teor alcóolico das receitas, que geralmente fica acima dos 10%. Alguns dos estilos mais relevantes da Escola Belga são as Dubbel, as Tripel e as Quadruppel, além das Farm Ale, das Strong Ales e, claro, das cervejas de fermentação espontânea, também conhecidas como Lambics.
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Escola Inglesa (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda)
Viva o lúpulo e as draught beers! A região que criou as famosas IPAs é a mesma que difundiu a cultura dos pubs e das cervejas armazenadas em barris. Também pertencem às ilhas que formam a Grã-Bretanha os icônicos estilos Pale Ale, Porter e Stout. As cervejas da Escola Inglesa são as Ale conhecidas pelo uso de diferentes torras de malte, de lúpulos com notas terrosas e herbais e também pelas receitas menos carbonatadas, com o corpo mais elevado, mais amargor e também com teor alcoólico mais alto. Além dos estilos já citados, pertencem à escola inglesa as cervejas do tipo Brown Ale, as Scotch Ale, as Bitter (e ESB) e as Barley Wine.
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Escola Americana (EUA)
Mesmo que os tradicionalistas torçam o nariz para a Escola Americana, é inegável reconhecer que esse estilo de cerveja (o mais bebido nos dias de hoje) pertence à Escola Americana: refiro-me às American Lager. Os EUA se destacam, principalmente, por fazer releituras de estilos que já existem, como as American Pale Ale (que variam da Escola Inglesa) e as American Lager (herança óbvia da Escola Alemã). O hábito cervejeiro no continente americano veio com os imigrantes alemães e britânicos e teve um período de baixa durante a Lei Seca estadunidense. Após o período, a cena local se reinventou e segue como responsável por boa parte das novidades cervejeiras nos dias atuais. Uma das características mais legais da Escola Americana é o uso de lúpulos específicos do Novo Mundo, que geralmente carregam notas cítricas e frutadas, como o Mosaic, o Citra, o Amarillo e o Cascade, para citar os mais conhecidos pelos cervejeiros e entusiastas.
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